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Planejamento sucessório em empresas familiares: lições de incertezas e legados duradouros

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Foto: Divulgação

Benjamin Franklin, em sua célebre frase, afirmou que “nada pode ser dito como certo, exceto a morte e os impostos”. Em um mundo empresarial onde a incerteza é uma constante, essa máxima ganha ainda mais relevância, especialmente para as empresas familiares. Recentemente, dois eventos distintos, mas que trazem profundas reflexões sobre o tema da sucessão empresarial, vieram à tona: o acidente aéreo que vitimou diversos empresários que decolaram de Cascavel, no Paraná, e a morte do icônico Silvio Santos, fundador de uma das maiores empresas de comunicação do Brasil.

O trágico acidente aéreo é um exemplo contundente de como eventos imprevistos podem desestabilizar empresas familiares que não possuem um planejamento sucessório bem estruturado. Em muitas dessas empresas, a falta de preparo para a sucessão é evidente. A morte inesperada de líderes empresariais pode resultar em disputas internas, perda de valor da empresa, e até mesmo em sua dissolução.

Muitas empresas familiares ainda operam com uma gestão centralizada, onde as principais decisões estão concentradas nas mãos do fundador ou de um pequeno grupo de pessoas. Quando essas figuras-chave são subitamente retiradas do cenário, a empresa pode ficar vulnerável à desorganização e à falta de direção. É aqui que a importância de um planejamento sucessório eficaz se torna inquestionável.

Em contrapartida, temos o exemplo de Silvio Santos, um dos mais renomados empresários do Brasil, que sempre foi visto como o centro das operações do SBT e de outras empresas do Grupo Silvio Santos, mas reconheceu a necessidade de preparar uma sucessão para garantir a continuidade dos negócios após sua morte.

Silvio Santos envolveu suas filhas nas operações da empresa desde cedo, delegando responsabilidades e gradualmente transferindo o poder decisório. Com isso, o empresário não só garantiu que suas filhas estivessem preparadas para lidar com os desafios futuros, mas também minimizou o risco de conflitos familiares e de uma possível descontinuidade dos negócios.

Ao compararmos esses dois cenários, fica evidente a importância de um planejamento sucessório estruturado. No caso do acidente aéreo, a falta de planejamento pode levar a consequências devastadoras, não só para a empresa, mas para toda a família envolvida. Por outro lado, o exemplo de Silvio Santos demonstra que uma sucessão bem planejada pode assegurar a longevidade e a prosperidade dos negócios familiares, mesmo após a saída de seu fundador.

Para as empresas familiares, o planejamento sucessório deve ser visto como uma prioridade estratégica, e não apenas como uma formalidade. É essencial envolver os futuros sucessores no negócio o mais cedo possível, para que possam adquirir a experiência necessária e criar um entendimento profundo da cultura e dos valores da empresa.

A imprevisibilidade da vida é uma constante, e o mundo dos negócios não é exceção. Enquanto o acidente aéreo nos lembra da fragilidade da vida e da importância de estar preparado para o inesperado, o exemplo de Silvio Santos serve como um modelo de como um planejamento sucessório eficaz pode proteger o legado de uma empresa familiar e garantir sua continuidade por gerações. Para qualquer empresa familiar, o planejamento sucessório é um investimento essencial para o futuro, um seguro contra as incertezas que, mais cedo ou mais tarde, certamente surgirão.

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Advogada especialista em direito patrimonial e empresas familiares.

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