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Inovação e tecnologia impulsionam a avicultura no PR

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Foto: graphicnoi de Getty Images Pro/Canva

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O Paraná, por sua vez, desempenha um papel central nesse cenário, sendo responsável por cerca de 40% das exportações nacionais.

Em 2023, o estado exportou mais de 1,6 milhão de toneladas de carne de frango, reafirmando sua posição de liderança no mercado global.

Esse desempenho é fruto de investimentos contínuos em tecnologia e inovação, que têm impulsionado o setor avícola paranaense a novos patamares de eficiência e sustentabilidade.

O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que o investimento constante em inovação é o que diferencia o Paraná de outros estados e mesmo dos produtores internacionais.

“A avicultura paranaense investe constantemente em inovação e tecnologia, o que nos permite não apenas aumentar a produtividade, mas também atender às exigências dos mercados mais competitivos. Estamos na vanguarda global e isso se deve ao nosso foco em soluções modernas e eficientes”, enfatiza o empresário.

A avicultura no Brasil é uma das mais desenvolvidas globalmente, com o país aparecendo como o maior exportador mundial de carne de frango.

O Paraná ocupa uma posição de destaque nesse cenário e uma parcela significativa dos resultados se devem aos investimentos realizados por cooperativas e empresas que investem massivamente em tecnologia.

Ao longo de todo o ano passado, foram produzidas 14,8 milhões de toneladas de carne de frango no Brasil, segundo o Relatório Anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

O Paraná respondeu por 39,47% desse volume, seguido por Santa Catarina (13,88%) e Rio Grande do Sul (11,40%).

O Paraná também foi responsável por 41,7% do volume total das exportações do setor, ocupando o primeiro lugar no ranking nacional desde 2013 – na época, o estado já era o primeiro colocado e responsável por 29,4% do total das exportações.

De lá para cá, essa participação foi se ampliando a cada ano.

“As novas tecnologias têm permitido uma automação e otimização de processos, resultando em maior eficiência produtiva e menor desperdício”, afirma Felipe Besten, vice-presidente da Granja Econômica.

Segundo ele, esses investimentos são essenciais para manter a competitividade do setor e garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Com o uso de sistemas de monitoramento digital, automação de processos e melhorias no manejo alimentar, a avicultura paranaense tem conseguido aumentar, gradativamente, sua eficiência produtiva.

“Nos últimos anos, os sistemas de automação nas granjas, o monitoramento em tempo real e as melhorias no manejo alimentar têm contribuído para impulsionar a produção de forma significativa”, complementa Besten.

A engenharia genética desempenha um papel fundamental na avicultura moderna, proporcionando o desenvolvimento de aves mais resistentes a doenças e com melhor conversão alimentar. Isso reflete diretamente na produtividade e na qualidade dos produtos avícolas paranaenses.

“As inovações genéticas têm sido fundamentais para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade das aves”, explica o executivo da Granja Econômica.

Na Lar Cooperativa Agroindustrial, a aplicação da engenharia genética também está transformando o setor.

“Por meio de técnicas avançadas de seleção genética e biotecnologia, é possível selecionar linhagens de aves com características superiores que atendem às necessidades do mercado e dos produtores”, afirma Jair Meyer, superintendente de Suprimentos e Alimentos da Lar Cooperativa Agroindustrial.

Segundo ele, a capacidade de criar aves que consomem menos ração e crescem mais rápido tem permitido uma produção mais eficiente e com menor impacto ambiental.

Um dos principais pilares do crescimento sustentável da avicultura é a biosseguridade. Com o aumento das demandas por segurança alimentar e bem-estar animal, as empresas paranaenses têm investido em tecnologias de monitoramento para garantir a saúde das aves e evitar doenças.

Na Granja Econômica, por exemplo, são utilizadas tecnologias de controle rigoroso, com sensores que monitoram a saúde das aves em tempo real.

“A biosseguridade é uma prioridade, e o uso de tecnologias avançadas permite que nossa operação seja segura e eficiente”, pontua Besten.

Na Lar Cooperativa, sistemas automatizados de monitoramento e controle ambiental são essenciais para garantir a segurança das aves.

“Utilizamos sensores que detectam mudanças no comportamento das aves em tempo real, o que nos permite agir rapidamente para garantir um ambiente mais seguro e promover a saúde das aves”, explica Meyer.

Esses sistemas asseguram uma produção saudável e eficiente, com menos necessidade de intervenções corretivas.

Roberto Kaefer comenta que existem várias ferramentas para fazer esse tipo de monitoramento e as empresas e cooperativa avícola vêm adequando essas soluções às suas necessidades e ao perfil de cada unidade produtora.

“Há diversas inovações sendo desenvolvidas e implantadas no Paraná. Esse é um tipo de investimento essencial para todo o mercado avícola”, enfatiza.

Além das inovações tecnológicas que garantem a saúde e o bem-estar das aves, a sustentabilidade é um dos principais focos da avicultura paranaense. O uso de energias renováveis, como energia solar e a redução no consumo de água e ração são práticas que têm ganhado destaque nas granjas do estado.

“Estamos investindo em ferramentas que reduzem o consumo de recursos naturais e tratam os resíduos de forma a diminuir o impacto ambiental”, explica Besten.

Meyer conta que, na Lar Cooperativa, essas soluções recentes têm contribuído significativamente para a sustentabilidade.

“O monitoramento em tempo real do consumo de ração, por exemplo, nos permite otimizar o uso de insumos e reduzir o desperdício, o que impacta positivamente no nosso modelo de produção sustentável”, explica.

Apesar de todo o avanço, o setor ainda enfrenta desafios para a adoção completa das novas tecnologias, especialmente entre os pequenos e médios produtores.

De acordo com Besten, a infraestrutura de conectividade no campo e a necessidade de capacitação técnica são barreiras importantes.

Meyer também aponta que, embora a modernização seja necessária, as regulamentações não acompanham a velocidade das inovações tecnológicas, o que pode dificultar a implementação de novas ferramentas.

O futuro da avicultura paranaense é promissor, com a integração crescente de tecnologias digitais como a inteligência artificial (IA) e a internet das coisas (IoT).

O presidente do Sindiavipar, Roberto Kaefer, destaca que o futuro da avicultura brasileira está diretamente ligado à inovação e à adoção de novas ferramentas tecnológicas que estão transformando o setor.

“No Paraná, automação, o monitoramento digital e a sustentabilidade são as palavras de ordem para o crescimento e a competitividade nos próximos anos”, enfatiza.

Além da eficiência operacional, a sustentabilidade é um fator cada vez mais presente nas inovações do setor. O uso de energias renováveis e o desenvolvimento de biotecnologias são práticas que não só preservam o meio ambiente, mas também aumentam a competitividade global da avicultura paranaense.

“Estamos comprometidos com a redução de emissões e o uso de tecnologias que garantem uma produção mais limpa e eficiente, o que nos coloca na vanguarda da sustentabilidade avícola”, afirma Kaefer.

O uso de tecnologias digitais, como sensores inteligentes e big data, já permite o controle detalhado de cada etapa da produção, melhorando a eficiência e o bem-estar animal.

“Com algoritmos de IA que analisam dados históricos e padrões comportamentais, será possível prever surtos de doenças com maior precisão”, avalia Jair Meyer.

Segundo ele, isso permitirá ações preventivas, como ajustes no manejo ou intervenções sanitárias, reduzindo a mortalidade e o uso de antibióticos, o que é crucial para a sustentabilidade e segurança alimentar.

Outro avanço importante no setor é o uso de ferramentas de rastreabilidade, que aumentam a transparência da cadeia produtiva, garantindo maior segurança alimentar e abrindo portas para mercados internacionais mais exigentes.

“Isso aumentará a transparência, possibilitando que os consumidores acessem informações detalhadas sobre a origem, o manejo e a qualidade do produto, atendendo à crescente demanda por alimentos mais seguros e rastreáveis”, analisa Meyer.

Felipe Besten reforça que o caminho para a avicultura passa pela digitalização completa das operações, com o uso intensivo de inteligência artificial para ajustes automáticos na produção.

“Isso se dará com o uso mais intensivo de inteligência artificial para previsões de demanda e ajustes automáticos na produção, além de novas tecnologias voltadas para a sustentabilidade”, salienta.

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