O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), registrou leve redução de 0,1% em dezembro no Paraná.
No cenário nacional, o ICF teve aumento de 0,2% em dezembro, apesar de uma variação anual negativa de 1,3%.
Em 2024, o indicador de consumo paranaense apresentou uma média de 99 pontos, beirando tecnicamente a zona de satisfação (100 pontos). Contudo, desde abril, o indicador entrou no patamar considerado insatisfatório, refletindo a cautela das famílias em vários aspectos do consumo.
O fator Momento para Compra de Bens Duráveis, por exemplo, registrou média de apenas 65,5 pontos, indicando insatisfação significativa.
Outro ponto de preocupação foi o Acesso ao Crédito, que teve uma média anual de 71,7 pontos, sinalizando dificuldades para obtenção de crédito ou empréstimos, amplificadas pelo aumento constante da inflação, que ultrapassou o limite máximo estipulado pelo Banco Central em 2024.
A Perspectiva de Consumo e a Perspectiva Profissional também ficaram abaixo da zona de satisfação, com média anual de 81,3 pontos e 85,8 pontos, respectivamente.
Por outro lado, os demais fatores avaliados tiveram médias positivas: Renda Atual (159,9 pontos), Emprego Atual (123,1 pontos) e Nível de Consumo Atual (105,9 pontos).
Na variação anual, o ICF teve retração de 6,1%, sendo que a Perspectiva de Consumo teve o maior impacto, com redução de 26,9%, seguida pelo Acesso ao Crédito (-11,7%) e Emprego Atual (-9,2%).
Outros fatores apresentaram diminuição, como o Nível de Consumo Atual (-1,4%) e a Renda Atual (-1,0%). Somente os quesitos Perspectiva Profissional (3,8%) e Momento para Duráveis (2,3%) tiveram melhor pontuação em relação a dezembro de 2023, mostrando algum otimismo em áreas pontuais.
Segundo a Fecomércio PR, os dados refletem um clima de cautela entre as famílias paranaenses, instigado pela alta inflação e pelo elevado índice de endividamento no estado. Apesar disso, a resiliência em alguns indicadores positivos aponta para um equilíbrio em áreas estratégicas da economia local.
O indicador de consumo apresentou elevação de 0,3% entre as famílias com renda até dez salários mínimos e ficou em 96,7 pontos, portanto, abaixo da zona de satisfação. Uma melhora de 7,5% na Perspectiva Profissional foi o que mais contribuiu para esse aumento.
Na comparação com dezembro de 2023, quando o ICF marcava 103,5 pontos, houve redução de 6,6%. A média anual entre as famílias de menor renda foi de 96,8 pontos e permaneceu abaixo da zona de satisfação na maior parte do ano.
Já entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos o indicador ficou em 107,6 pontos, com redução de 1,8% em relação a novembro. Na variação anual, verifica-se queda de 4,1%. Contudo, a média anual foi de 109,2 pontos, mantendo-se no patamar de satisfação em todos os meses de 2024.
