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Londrinenses são eleitos pela Forbes Under30 como jovens mais promissores do Brasil

Forbes Under30 Economia PR
Foto: Divulgação

Os empreendedores londrinenses Maria Clara Rocha, Maria Fernanda Canizares e Raphael Koyama, sócios à frente da MTG Foods – maior rede de delivery e take away de comida japonesa e poke do sul do Brasil, com as operações Matsuri to Go, Mok the Poke e o restaurante presencial Matsuri, entraram para a tradicional lista da Forbes Under30, que elenca os jovens mais promissores do Brasil com até 30 anos de idade.  

Os três empresários foram selecionados na categoria Varejo e E-Commerce a partir da trajetória do trio que comanda 50 unidades pelo Brasil e gerencia mais de 60 mil pedidos mensais de delivery, o que garantiu à MTG Foods um faturamento de R$70 milhões no ano passado.

Para saber mais sobre essa trajetória, o Economia PR Drops conversou com os empresários, que falam sobre o reconhecimento e os planos para 2025. Confira:

Como foi a transição de um restaurante tradicional para um modelo de delivery e take-away durante a pandemia? Quais os principais desafios enfrentados nessa adaptação?

Raphael: Eu acho que além do fator de preocupação psicológica e emocional da pandemia, principalmente em relação à saúde, por exemplo, meus pais eram um grupo de risco. Então, além da gente ter a preocupação que todo mundo estava tendo em relação à saúde, fazer uma transição de um modelo que a gente sabia, em tese, trabalhar para um outro que a gente nunca tinha operado, que é o delivery, o grande desafio foi equilibrar todos esses pratos. Então, a preocupação emocional psicológica que a gente estava tendo em relação à questão de saúde da pandemia, em relação à situação financeira dos meus pais, de dívidas, em relação a criar um modelo de negócio de delivery take away que a gente nunca tinha operado, de aprender a trabalhar e precificar. Explicar, por exemplo, que nesse modelo, a gente não tinha conhecimento nenhum do mercado de delivery. Então, fazer tudo isso ao mesmo tempo, equilibrando todos esses pratinhos, eu acho que foi o principal desafio que a gente teve nessa adaptação.

O que motivou a criação do Mok The Poke?

Maria Clara: A criação do Mok The Poke nasceu da minha paixão por pokes e da percepção de uma oportunidade no mercado. Ainda como CLT, acompanhava o trabalho que o Raphael estava desenvolvendo e tentava incentivá-lo a incluir pokes no cardápio do Matsuri ou criar uma nova marca dedicada, já que era uma culinária em ascensão, mas com poucas opções de qualidade na nossa cidade. Na época, o foco do Matsuri era superar os desafios do fechamento das operações presenciais, e uma nova marca não era prioridade. Foi então que o Raphael me encorajou a tirar a ideia do papel, unindo minha paixão pela culinária à vontade de empreender – algo que eu sempre quis, mas nunca havia concretizado por estar imersa na carreira corporativa. A proposta do Mok se mostrou estratégica desde o início. Conseguimos incluir nas cozinhas que já operavam o Matsuri de forma rápida, aproveitando o fato de vários processos e insumos serem os mesmos entre as marcas. Combinamos isso à falta de grandes players em cidades de médio e pequeno porte, aproveitando uma oportunidade de mercado ainda pouco explorada. Essa união de paixão, planejamento e execução tem sido a base do sucesso do Mok The Poke, que rapidamente se destacou como referência no segmento.

Raphael, você mencionou que desistir nunca foi uma opção ao assumir os negócios da família. Qual foi o momento mais desafiador nesse processo?

Raphael: Eu acho que é justamente aprender a trabalhar em família, porque a empresa familiar, de cara assim, você tem ônus e bônus, eu sempre falo isso. O ônus, óbvio, que acaba vindo é você começar a explorar muitas coisas. O bônus é que por ser sua família, as pessoas que você mais considera e ama no mundo, você faz coisas muitas vezes que outras pessoas não faria, né? Então você se dedica ainda mais para uma questão de ser pessoas que, meu, você ama totalmente. Mas o maior desafio no processo foi não desistir do objetivo maior, principalmente, que era ter a família bem naquele momento. Então acho que o maior desafio de começar a assumir o negócio familiar é justamente aprender a trabalhar em família. Eu acho que esse processo, com os meus pais, no caso, demorou em torno de um. 1 a 2 anos pra gente conseguir aprender a se organizar de uma forma e trabalhar junto de maneira positiva.

Maria Clara, você deixou uma carreira consolidada para empreender no Mok The Poke. Quais fatores a fizeram tomar esta decisão e como sua jornada profissional ajudou no empreendedorismo?

Maria Clara: A decisão de deixar uma carreira consolidada para empreender no Mok The Poke foi muito bem pensada e surgiu de um desejo genuíno de criar algo próprio, alinhado à minha paixão por pokes. Desde o momento em que definimos que eu lideraria o projeto, passei a me dedicar intensamente nas horas vagas – durante almoços, noites e finais de semana – estruturando o cardápio, planejando a campanha de lançamento, desenvolvendo manuais e criando as bases da marca. Quando lançamos o Mok, em abril de 2022, tivemos um faturamento inicial de R$ 20 mil no primeiro mês, mesmo sem grandes investimentos em marketing ou estrutura de implantação. Ao longo do tempo, com o crescimento do faturamento, direcionamos mais recursos para marketing e expandimos a marca para cidades vizinhas. Quando o faturamento mensal alcançou R$ 100 mil, percebi que o potencial do Mok era muito maior do que eu imaginava e fiz a seguinte reflexão: se alcançamos esse resultado com parte da minha dedicação, onde poderíamos chegar com o meu tempo integral? Foi aí que decidi fazer a transição de carreira. Minha formação em engenharia, aliada aos anos de experiência em qualidade, processos e padronização, foi essencial nesse processo. Desenvolvi uma visão crítica e focada na estruturação para escala, algo que tem sido crucial para o crescimento sustentável não só do Mok, mas também em outras áreas que tive contato e pude agregar em nossa estrutura administrativa. Apesar de compartilhar com o Raphael e a Maria um perfil técnico e analítico, também temos habilidades complementares, o que fortalece nosso trabalho em equipe. Essa soma de experiências tem sido um diferencial importante para o sucesso da nossa rede.

Maria Fernanda, como foi estruturar a operação industrial do grupo? Que lições você leva dessa experiência?

Maria Fernanda: Foi uma experiência ao mesmo tempo desafiadora e muito gratificante. Quando comecei, tínhamos lojas em apenas duas cidades, e os processos de produção ainda eram bastante simples. A produção dos molhos, por exemplo, dependia exclusivamente de uma única colaboradora que dominava as receitas. Foi nesse contexto que pude aplicar minha formação em engenharia química e a experiência adquirida na indústria para profissionalizar e padronizar a operação. Estruturei processos de produção, desenvolvi fichas técnicas e implementei uma logística mais eficiente. Além disso, tive a oportunidade de escalar negociações com fornecedores e criar nosso departamento de compras centralizadas. Essa estrutura não só otimizou custos, mas também trouxe mais segurança e qualidade para atender às mais de 50 lojas que temos hoje. Essa experiência me mostrou o quanto é importante dominarmos e estruturarmos os processos para uma escala sustentável e o quanto consigo conectar a bagagem que adquiri em diferentes experiências profissionais em nossa empresa.

O reconhecimento na lista Forbes Under 30 é um marco importante. Como essa conquista reflete o trabalho de vocês e quais impactos esperam que traga para o futuro da empresa?

Todos: Estamos muito felizes com a conquista. Muitas vezes olhamos para grandes empresas para nos inspirar e sempre temos a sensação de que estamos “distantes”, mas termos conquistado esse título que é tão difícil e de reconhecimento nacional, é um marco muito significativo e importante, e ainda com uma empresa que veio de um cenário desafiador no início, nos deixa realizados pois nos dá a certeza de que nosso esforço está sendo direcionado da maneira certa. Além do orgulho que essa conquista traz, acreditamos que ela também tem um impacto direto no futuro da empresa. Estar na lista Forbes Under 30 não é apenas um reconhecimento do que já construímos, mas também uma oportunidade de ampliar nossa visibilidade, atrair talentos que se identifiquem com nossos valores e fortalecer nosso posicionamento no mercado. É um incentivo para continuarmos inovando e entregando qualidade em tudo o que fazemos. Mais do que isso, serve como um lembrete de que mesmo desafios iniciais podem se transformar em histórias de sucesso quando há dedicação e propósito.

Quais são os próximos passos para o crescimento da MTG Foods em 2025? 

Todos: Em 2025, estamos focados em expandir e fortalecer ainda mais a MTG Foods. Nosso planejamento inclui a abertura de novas lojas e o fortalecimento das marcas nas regiões onde já atuamos. Um dos marcos mais importantes será o lançamento da nossa nova marca, Emiko, agora em janeiro. Trata-se de um delivery de sushi premium com um menu exclusivo assinado pela Emiko, fundadora do Matsuri, que trará toda a sua expertise de mais de 30 anos dedicados à culinária japonesa. Além disso, estamos desenvolvendo um projeto inovador para um novo modelo de loja das marcas Matsuri To Go e Mok The Poke, otimizando a experiência dos clientes e a eficiência operacional. Também vamos inaugurar uma segunda unidade do nosso restaurante presencial com foco em rodízio, que tem sido um grande sucesso em Londrina desde sua abertura. Esses passos fazem parte da nossa estratégia para continuar crescendo com consistência, mantendo o foco na qualidade e na experiência única que entregamos aos nossos clientes.

Que conselhos dariam para outros jovens empreendedores que estão começando no setor de varejo e e-commerce?

Todos: Nosso principal conselho é começar com uma marca na qual você realmente acredite e que você próprio consumiria. Dedique atenção a cada detalhe – desde a experiência do cliente até a qualidade dos produtos e serviços – porque são esses detalhes que fazem toda a diferença. Reúna pessoas de confiança, que compartilhem sua visão e paixão pela marca, para trabalhar ao seu lado. Também é fundamental estudar o mercado e as tendências. Para isso, observe o que outras marcas, dentro ou fora do seu setor, estão fazendo para crescer e vender mais. Inspire-se no que funciona, mas sempre mantenha a autenticidade da sua proposta. E, acima de tudo, não desista. O caminho do empreendedorismo exige trabalho duro, resiliência e foco no propósito que o levou a começar. Sempre se lembre de onde você quer chegar e do impacto que deseja causar. Nada supera a dedicação de quem se entrega de verdade e dá o seu melhor todos os dias.

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