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Mulheres lideram 19% das startups inovadoras no Brasil 

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Foto: Ziga Plahutar / Getty Images Signature

Eu sei que ainda estamos longe do Dia Internacional da Mulher e que o mês do empreendedorismo feminino já passou – mas estes números precisam ser destacados independentemente de datas especiais. O mundo do empreendedorismo está passando por uma transformação significativa, e as mulheres desempenham um papel cada vez mais relevante nesse cenário.

A ideia de que elas não buscam empreendimentos de alto crescimento está sendo desafiada por dados concretos. O Relatório sobre Empreendedorismo Feminino 2023/2024 do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) revelou que as mulheres já representam um terço dos empreendedores em expansão acelerada. 

Mais do que isso, em alguns países, como Chile, Colômbia, Irã, Lituânia, Holanda e Venezuela, elas já são maioria entre os empreendedores que impulsionam inovações.

A liderança de mulheres em Startups

O número de mulheres à frente de startups de alto crescimento está em ascensão. O GEM mostrou que, nos últimos 20 anos, a taxa de empreendedoras dobrou em diversos países, como França, Holanda e Hungria. 

Hoje, uma em cada dez mulheres está iniciando um novo negócio, aproximando-se da taxa masculina de um em cada oito.

Apesar do avanço, há desafios expressivos. Em países de alta renda, as disparidades de gênero no empreendedorismo ainda são consideráveis. 

Já em locais com menor renda, a falta de oportunidades formais de trabalho impulsiona mulheres a buscarem soluções empreendedoras. 

No entanto, algumas regiões, como Geórgia, Marrocos e Polônia, registraram queda na atividade empreendedora feminina, demonstrando que a evolução não é linear e depende de fatores econômicos e culturais.

Uma das principais barreiras para o crescimento do empreendedorismo feminino é o acesso ao capital. Ainda hoje, startups lideradas por mulheres enfrentam dificuldades para conseguir investimentos, seja por falta de redes informais de financiamento, seja por vieses estruturais do mercado.

Além disso, as mulheres tendem a empreender em setores menos atrativos para investidores. Quase metade das empreendedoras está no atacado e varejo, enquanto apenas 10% atuam em tecnologia da informação e comunicação (TIC).

Em comparação com os homens, elas são três vezes menos propensas a atuar em segmentos como agricultura e mineração.

No Brasil, 2024 foi um ano de avanço para a liderança feminina em startups. Embora as mulheres representem apenas 12% das lideranças de startups, setores como healthtech, edtech e HRtech têm apresentado uma crescente participação feminina. 

Em contrapartida, as mulheres já lideram 19% das startups mais inovadoras em práticas de inovação aberta, indicando uma diversificação do ecossistema.

No Paraná, segundo relatório do SEBRAE, as mulheres representam 32,7% dos empreendedores, e mais da metade das donas de negócio são chefes de domicílio. O setor de serviços é o que concentra a maioria das empreendedoras, seguido pelo comércio e pela indústria. 

No entanto, a desigualdade salarial persiste: as mulheres ganham, em média, 24,7% a menos que os homens. O rendimento também varia de acordo com a cor e a raça, com mulheres brancas ganhando 50,7% a mais do que mulheres negras.

Além disso, 90,2% das empreendedoras paranaenses gerenciam seus negócios com equipes pequenas, de 1 a 5 pessoas, e 52,4% estabelecem seus negócios em locais convencionais.

O crescimento do empreendedorismo feminino é uma realidade, mas ainda há desafios a serem superados. 

O acesso a capital, as redes de apoio e as mudanças estruturais são fatores essenciais para garantir que mais mulheres possam criar e escalar seus negócios. A transformação já começou, e os resultados demonstram que, com incentivo adequado, o protagonismo feminino no ecossistema de startups é um caminho sem volta.

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Jornalista, Community Manager e Editora-chefe do Economia PR

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