As pequenas e médias empresas (PMEs) do Paraná seguiram uma tendência de fortalecimento do modelo presencial em 2024, conforme aponta um levantamento exclusivo da Sólides, HR Tech líder em gestão de pessoas para PMEs no Brasil.
No estado, 90,4% das vagas abertas foram presenciais, um aumento de 1 ponto percentual em relação a 2023. Enquanto isso, os modelos remoto e híbrido somados tiveram uma redução de 8,8% na participação, representando apenas 9,5% das oportunidades neste ano.
A análise detalhada dos dados mostra que as vagas para trabalho remoto caíram de 4% para 3,8%, enquanto as oportunidades híbridas tiveram uma redução mais expressiva, de 6,3% para 5,6%.
Esse movimento evidencia a preferência das empresas pelo modelo tradicional de trabalho, que se mostra mais consolidado entre as PMEs do estado.
“O levantamento reflete um movimento de consolidação do modelo presencial entre as PMEs do Paraná, que representam a maior parte da geração de empregos no estado. Esse cenário pode estar atrelado a fatores como a necessidade de maior interação entre equipes, exigências operacionais e a própria cultura das empresas de menor porte, que tendem a valorizar mais o trabalho presencial”, comenta Ale Garcia, co-CEO e cofundador da Sólides.
As PMEs têm um papel fundamental no cenário econômico brasileiro. De acordo com o CAGED, mais de 70% dos novos empregos criados no país são em micro, pequenos e médios negócios nacionais.
Os dados também apontam que, embora o trabalho remoto e híbrido sejam reconhecidos por sua eficiência em determinados setores, eles enfrentam desafios estruturais e culturais em muitas PMEs.
“A adoção do trabalho remoto exige investimentos tecnológicos e adaptações que nem todas as empresas conseguem implementar rapidamente. Já o modelo híbrido, que poderia ser um meio-termo, parece estar perdendo força, talvez pela complexidade de gestão e coordenação que ele traz”, analisa Garcia.
Em todo o país, 89,7% das vagas abertas no ano passado pelas mais de 35 mil PMEs parceiras da HR Tech foram para o modelo presencial, um aumento em relação aos 87,8% de 2023.
Já o modelo híbrido respondeu por 6% das oportunidades (queda de 7,6% em 2023), e o remoto, por 4,2% (ante 4,5% no ano anterior). Somando remoto e híbrido, a queda proporcional foi de 15,6%, evidenciando um movimento contrário à flexibilidade que marcou anos anteriores.
Mesmo com a retração das modalidades de trabalho remoto e híbrido, Ale acredita que os modelos flexíveis ainda têm espaço para crescer no futuro:
“Com a contínua transformação digital e a modernização das PMEs, modelos híbrido e remoto podem voltar a ganhar força no futuro. É um movimento que tem potencial para acontecer de forma mais gradual e consistente.”