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Café fica 90% mais caro em Curitiba nos últimos 12 meses

cafe curitiba economiapr
Foto: Diego_nleite de pixabay/Canva

O cafezinho de todo dia está custando cada vez mais caro. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o café moído foi o produto com maior alta de preços nos últimos 12 meses no Brasil.

Em Curitiba a inflação acumulada do grão é ainda mais amarga, chegando a 90,95%, bem acima da média nacional, que foi de 80,20%.

Os dados fazem parte do Boletim da Inflação, elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).

Só em abril, a alta do café foi de 3,85% na capital paranaense, frente aos 4,48% registrados na média nacional. No acumulado de janeiro a abril, o aumento chegou a 44,87% em Curitiba, contra 35,87% nos supermercados brasileiros.

A explicação para essa escalada nos preços, conforme aponta o economista e assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, está na combinação entre oferta reduzida e demanda em expansão.

“A produção global de café foi fortemente afetada por eventos climáticos extremos, como secas, geadas e ondas de calor. Grandes produtores globais como Vietnã e Etiópia tiveram quebra nas safras, o que fez o café brasileiro despontar ainda mais no mercado mundial”.

A alta nas exportações também reforça esse movimento. Dados da Secretaria de Comércio Exterior indicam que, em março, as exportações de café do Paraná cresceram 69% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Outro aspecto que contribui para a valorização do grão é a demanda aquecida, impulsionada por novos hábitos de consumo.

“A geração Z vem incorporando o café ao seu estilo de vida. Seja para estudar, trabalhar ou socializar, os jovens frequentam cada vez mais cafeterias, que oferecem um ambiente híbrido entre lazer e produtividade”, observa Dezordi.

Como reflexo dessa tendência, a China passou da 20ª para a 6ª posição entre os maiores compradores de café brasileiro.

Além do café, outros alimentos registraram aumentos expressivos em Curitiba e Região Metropolitana no mês de abril, tais como batata-inglesa (+42,76%), tomate (+14,22%), melão (+13,36%) e manga (+7,61%). O assessor econômico da Fecomércio pondera que parte dessas elevações é sazonal, decorrente da entressafra, e a expectativa é de que os preços cedam nos próximos meses.

No acumulado de 2025 até abril, o tomate foi o campeão, com inflação de 49,86%, seguido por manga (43,95%), ovo de galinha (36,85%), cenoura (22,54%) e batata-inglesa (20,34%).

No IPCA de abril, o grupo Alimentação e bebidas foi o principal responsável pela inflação registrada no país (0,43%) e em Curitiba e Região Metropolitana (0,37%).

Também se destacou o grupo Saúde e cuidados pessoais, que teve alta de 1,18%, influenciado pelo reajuste autorizado de até 5,09% nos medicamentos a partir de 31 de março. Apenas os remédios subiram, em média, 2,32% no mês.

O economista esclarece que remédios e alimentos são muito sensíveis às variações cambiais e, com isso, a recente desvalorização na taxa de câmbio vêm contribuindo para uma alta desses subitens.

“Seguindo a tendência nacional, os alimentos em Curitiba e Região Metropolitana estão pressionando os preços para cima. As queimadas reduziram a pastagem e o preço das carnes subiram forte”, analisa Dezordi.

Em 12 meses, o IPCA geral acumulou inflação de 5,53% na economia brasileira e de 5,44% em Curitiba e Região Metropolitana.

Apesar da inflação em alguns itens, outros produtos apresentaram queda no IPCA-Curitiba. Em abril, os destaques foram pepino (-21,45%), passagem aérea (-19,91%), cenoura (-12,28%), melancia (-6,95%), mamão (-6,23%), arroz (-5,98%) e feijão preto (-5,88%).

“A inflação das frutas arrefeceu em abril e a tendência é continuar desacelerando nos próximos meses”, destaca o economista.

No acumulado de janeiro a abril observa-se recuo de preços nos seguintes itens: passagem aérea (-20,38%), feijão preto (-16,68%), pacote turístico (-10,13%), ônibus urbano (-10,00%), arroz (-9,46%) e banana-d’água (-9,11%).

Já nos últimos 12 meses, os itens com maiores quedas foram cebola (-56,88%), cenoura (-36,67%), feijão preto (-25,70%), pepino (-22,49%), batata-inglesa (-20,49%), banana-prata (-19,15%), mamão (-15,81%) e tilápia (-14,33%).

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