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Empreendedora, eu?

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Foto: Luiz Bernardo Junior

Durante muitos anos, eu disse para mim mesma que eu não era empreendedora. Eu realmente acreditava nisso.

Por ser servidora pública, eu me entendia sempre como alguém a serviço dos outros. Eu trabalhava para os outros aparecerem. Assim, na minha concepção, eu era uma comunicadora de backstage.

Nunca me preocupei em fazer marketing pessoal, em vender minha própria imagem. Na minha cabeça, eu não precisava.

Mas, desde que comecei a “empreender” (em breve vocês vão entender o porquê das aspas) eu tive que aprender essa dura lição de que a minha imagem também faz parte do meu processo de vendas. No caso, das vendas do meu serviço. Não dá para vender meu trabalho sem aparecer.

E essa compreensão me levou a muitas outras reflexões e epifanias.

Eu dei alguns passos atrás e voltei a estudar. Quer dizer, eu nunca parei de estudar, mas mudei o olhar e voltei a estudar o que eu achava que já sabia.

Comecei a aceitar que minha imagem tem de ser trabalhada, e comecei a me forçar a me autoafirmar como empreendedora.

Mas, olhando em retrospecto, eu sempre tive uma atitude empreendedora. Eu só não vendia nada. Mas eu sempre tive as características e os anseios empreendedores.

Analisando mais friamente, percebi que eu sempre fui uma “criadora de coisas”. Desde a adolescência, eu sempre tive o hábito de criar blogs. Muitos deles eram pessoais, apenas para ter um espaço onde eu pudesse exercer um dos meus hobbies, que é o de escrever.

Assim, nasceram e morreram muitos espaços virtuais, mas alguns deles seguem vivos até hoje. O Crônicas de Categoria é o meu xodó, e dele não abro mão. Só porque ele não é monetizado, não significa que não seja um empreendimento, certo?

Depois, veio também o Bicicletismo, identificando um nicho de mercado de informação não explorado em Foz do Iguaçu. Em ambos os casos, contei com parcerias inestimáveis, sem as quais não seria possível colocar esses projetos no ar.

Mas dentro de mim ainda existia um desejo de ter algo só meu. Algo que servisse para provar para mim mesma que eu era capaz. Porque aí está uma das grandes dificuldades do empreendedor: ter uma ideia, acreditar nessa ideia e fazê-la acontecer, dependendo apenas da própria coragem e força de vontade.

E então eu resolvi começar a Digitality, para finalmente monetizar o meu conhecimento em mídias digitais acumulado por mais de 15 anos. E, coincidentemente ou não (há quem não acredite em coincidências, mas, sim, em sincronicidade), o nicho que eu decidi atender foi justamente o dos empreendedores, em especial os empreendedores solo, que, assim como eu, precisam desempenhar vários papéis ao mesmo tempo, e muitas vezes negligenciam a própria comunicação. Nada como falar daquilo que a gente sente na pele, não é mesmo?

Faz somente um ano que esta “marca” passou a existir, e ela ainda está engatinhando. Como eu disse antes, dei uns passos atrás. E está tudo bem.

Mas, para não perder o foco, meu intuito com este texto é refletir sobre o que minha trajetória representa e o que eu entendo sobre a minha veia empreendedora, afinal de contas.

A primeira é que não importa quanto dinheiro você ganhe. Empreender não é sobre ficar rico. Pode até ser uma consequência para alguns, mas não é esse o objetivo. Pelo menos, não no meu entendimento.

Empreender é sobre criar algo seu, algo único de alguma forma, e compartilhar isso com o mundo. Foi isso que eu sempre fiz, desde os meus primeiros blogs juvenis, até hoje, e seguirei fazendo nos meus projetos futuros. É mostrar a sua personalidade, os seus valores e ideais, em forma de negócio.

É sobre ganhar dinheiro também, é claro, pois precisamos dele. Mas não é apenas vender produtos ou serviços. É oferecer às pessoas algo de que elas precisam ou desejam. É enxergar uma oportunidade, criar uma solução para um problema, preencher uma lacuna existente na sociedade, criar algo inovador, ou, simplesmente, transformar um hobby em negócio – por que não?

Empreender, no fim das contas, é tentar melhorar o mundo de alguma maneira. É movimentar a economia, gerar empregos, criar uma cultura, transformar a vida das pessoas.

É assim que eu entendo o empreendedorismo hoje. E, mesmo quando me sinto solitária nesse caminho, me lembro que todas as grandes empresas começaram pequenas e surgiram da ideia ou do sonho de alguém. Talvez, de alguém que também não se via como empreendedor.

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Jornalista, especialista em mídias digitais e consultora em comunicação digital e experiência do cliente.

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