A pandemia da Covid-19 acelerou o processo de transformação digital de muitas empresas. Os planos e estratégias para um médio ou longo prazo precisaram ser feitos às pressas. De acordo com a McKinsey, em apenas alguns meses, a crise da COVID-19 trouxe anos de mudanças na forma como empresas de todos os setores e regiões fazem negócios. Segundo uma pesquisa feita pela consultora mundial, executivos aceleraram a digitalização das interações com clientes e cadeias de suprimentos, bem como de suas operações internas, em três a quatro anos.
Dentre tantas mudanças consequentes da crise sanitária que vieram para ficar, a transformação digital foi uma delas – e se destaca como uma das mais importantes. No ano passado, conforme estudo da Microsoft, 98% das médias e pequenas empresas reconhecem o impacto positivo deste movimento.
Criada em 2021, em meio ao cenário pandêmico, a BindFlow, de Curitiba, surgiu para ajudar empresas nessa jornada, incluindo L’oréal Paris, Ecco Salva, a Rumo, a rede de supermercados Condor e a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul). Em seu segundo ano de vida, a BindFlow registrou crescimento superior a 400%.
O Economia PR Drops conversou com Emerson Martens, sócio-fundador e CEO da Bindflow, para saber mais sobre os impactos da transformação digital e planos da startup. Confira:
Como a digitalização está transformando os processos operacionais no setor de varejo e quais são as principais tendências tecnológicas que estão moldando esse mercado?
Emerson: Quando falamos sobre o varejo, é preciso entender que o mercado mudou. No passado, o produto que definia o mercado, hoje já não é mais assim. Atualmente, é o mercado que define a relevância do produto, o consumidor dita o que ele espera e como, inclusive em certos níveis, até o preço do produto. Com a digitalização desse setor, passamos a selecionar o público por segmentação etária, cultural e comportamento, por exemplo. Com isso, o e-commerce é capaz de encontrar o público ideal para o seu produto, direcionando anúncios mais assertivos, buscando o comprador dentro de sua rede social ou em outro canal de comunicação que esteja inserido. Ou seja, agora é possível ter um lead mais certeiro. Além disso, há outras facilidades como estar dentro de grandes “shoppings de venda online”, como a Amazon, Shopee, entre outras, o que possibilita atingir um público bem maior que antigamente. Sendo assim, com o apoio das ferramentas digitais, é possível atuar de maneira mais assertiva num mercado gigantesco.
Como surgiu a ideia de fundar a BindFlow e quais foram os principais desafios enfrentados no primeiro ano de operação?
Emerson: A Bindflow nasceu em um momento pandêmico. O mercado estava aquecido pela altíssima demanda que o isolamento social exigiu e, com isso, surgiram várias empresas de desenvolvimento de aplicativos. No entanto, a entrega dessas empresas era, em sua maioria, de baixa qualidade. Observando essa movimentação de mercado e o serviço prestado pelas empresas disponíveis na época, veio a ideia de criar a Bindflow. Então, eu e meus sócios decidimos criar uma boutique de software. Nossas experiências anteriores no Brasil, a atuação em projetos de unicórnios nacionais e, também, a vasto percurso realizado no exterior, nos proporcionaram uma forma diferente de ver o mercado. Nós trabalhamos em empresas consideradas unicórnios nacionais. O nosso maior desafio inicial, foi a penetração de mercado. Nós aproveitamos as oportunidades e entregamos o nosso melhor, evoluindo para conseguir atuar em mais frentes dentro dos clientes, que após perceberem a qualidade de nosso trabalho e a diferença do serviço oferecido, passaram a nos solicitar mais oportunidades.
Quais são os principais insights que vocês têm obtido ao trabalhar com clientes como L’Oréal Paris e Condor, e como essas experiências influenciam o desenvolvimento futuro da BindFlow?
Emerson: Nossa estratégia foi nos posicionarmos além de uma empresa de TI, somos uma fábrica de software e provedor de tecnologia. Isso significa que não estamos restritos a receber e entregar uma demanda, mas sim perceber as deficiências e dificuldades do cliente e encontrar melhorias para a eficiência operacional dessa empresa, é um trabalho diário que sempre está sujeito a alterações, para melhor atender o cliente. Temos uma entrega personalizada e de ponta, e recebemos feedbacks positivos, com o cliente sinalizando a evolução de seu negócio graças à nossa intervenção. Por isso, temos sido cada vez mais procurados, além da L’Oreal e do Condor, realizamos trabalhos para a Brado, Rumo, Mosaic, entre outras empresas de porte nacional. Atender essas empresas é consequência de estarmos sempre dispostos a entregar um resultado excelente, buscando uma evolução que influencia diretamente no fluxo de caixa das empresas, no ganho maior de mercado. Com isso, o trabalho retorna e os desafios continuam aparecendo.
Como surgiu a ideia de fundir a Bindflow e Inntechs e como essa fusão irá beneficiar os clientes e o mercado em geral?
Emerson: Enxergamos o desafio em três grandes pilares: o primeiro são as Fintechs, o outro é o Agro e o terceiro é a área de saúde. Em conversas interna sobre Fintechs, entendemos que o mercado estava em busca de conciliação de crédito, mas também em trazer retorno para o cliente, então resolvemos desenvolver produtos que suprem essa necessidade. A Inntechs tinha um sistema, uma ideia, um conceito técnico bastante robusto de trabalhar nessa devolução de crédito contábil e fiscal dos clientes, e a Bindflow tem um vasto know-how em tecnologia e produção de software, por isso surgiu a parceria entre nós. A BindInntechs, foi fundada para ser uma empresa com um potencial gigantesco, pois possui o melhor das duas empresas, o entendimento financeiro da Inntechs e a tecnologia de ponta da Bindflow. Os produtos lançados pela BindInntechs possuem uma ferramenta tecnológica bastante robusta, inclusive com Inteligência Artificial sendo aplicada por trás, aumentando a taxa de sucesso de nosso cliente. O diferencial da empresa, é que não entendemos apenas de tecnologia, mas sim de toda a demanda necessária pelo segmento contábil.
Quais os próximos passos da empresa?
Emerson: Queremos posicionar e avançar com os três produtos que estão sendo lançados esse ano. No ramo das Fintechs (BindConciliation), Agro (BindTrack) e saúde com um aplicativo destinado a crianças com problemas de mobilidade. Além de apostar no mercado ainda desconhecido de maquinários remotos. Nosso grande desafio para o segundo semestre de 2024 e início de 2025 é entender a sinergia entre o que desenvolvemos e o produto entregue, ouvindo de nossos clientes as eventuais melhorias e adaptações necessárias.