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Carreiras: do Turismo ao Quilling, a transformação artística de Vanessa Oliveira

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Foto: Divulgação

Você sabe o que é Quilling? Vanessa Oliveira sempre teve uma conexão íntima com a arte e os sonhos, começando sua carreira como animadora de festas infantis e maquiadora artística. Turismóloga, Vanessa transitou para o setor de eventos e posteriormente trabalhou em uma operadora de turismo, onde organizava a programação de passageiros. Entretanto, seu amor por trabalhos manuais sempre esteve presente, influenciando sua trajetória profissional.

Durante 14 anos, Vanessa se dividiu entre carreira e hobby, até que a pandemia da Covid-19 parou o setor – causando um prejuízo global estimado em US$4 trilhões, de acordo com a Organização Mundial de Turismo (OMT). 

Nesse período, como tantos brasileiros e profissionais do mundo todo, Vanessa foi desligada da empresa. Com isso, o quilling, uma forma de arte que envolve a utilização de tiras finas de papel que são enroladas, modeladas e coladas para criar designs decorativos, evoluiu para um negócio. Hoje, focada exclusivamente no ateliê, a artesã relembra sua jornada. Confira:

Como você descobriu o Quilling? Você já tinha algum projeto de artesanato ou foi algo totalmente novo?

Vanessa: Foi em 2005, através de uma pesquisa na internet por algum trabalho com papéis. Na época eu estava desempregada e queria me distrair até achar um trabalho. E por que papéis? Eu sempre amei papéis (a louca da papelaria). As capas dos meus cadernos na escola eram feitas por mim, com recortes. Então, quando encontrei o quilling, fiquei muito interessada, comprei um kit básico e comecei a praticar. Naquela época não havia praticamente nenhuma informação… Foi quando entrei em um grupo de artesãs, algumas do Brasil e outras de outros países, onde fizemos uma troca de experiências sobre o quilling. Fazíamos desafios, era muito bacana… e tudo por email! (Imagina só!). Eu nunca havia pensado em transformar um hobby em um negócio, mas quando percebi que estava sendo bem aceito, não pensei duas vezes e comecei a investir.

Em que momento você viu no Quilling uma oportunidade de negócio? Qual foi a virada de chave?

Vanessa: No começo, eu estava fazendo para me distrair, mas depois que fiz o primeiro porta maternidade e as pessoas começaram a gostar e encomendar, eu vi que poderia ser uma segunda fonte de renda. Digo segunda fonte de renda, pois até a pandemia eu tinha jornada dupla: durante o dia, na operadora de turismo, e à noite e nos finais de semana, me dedicando ao ateliê. Eu sempre encarei com muita seriedade o meu negócio, mas ele só ficou “real” mesmo, se assim posso dizer, quando o ateliê passou a ser a minha única fonte de renda (no começo da pandemia, quando o setor turístico em Foz praticamente parou e eu fui desligada da empresa). A partir deste momento, passei a me dedicar 100% ao meu negócio.

O que o Quilling é para você hoje?

Vanessa: É um dos meus maiores orgulhos. As possibilidades são infinitas e é sempre mágico dar vida aos papéis e ajudar os clientes a transformar seus desejos em arte. Saber que já espalhei muito quilling pelo mundo me deixa ainda mais animada.

Na sua jornada empreendedora, quais foram os momentos mais marcantes?

Vanessa: Foram muitos momentos incríveis, mas vou citar um recente. Em 2022, fui uma das selecionadas para representar o Paraná na Feira Nacional de Artesanato. Fui junto com outros artesãos para Belo Horizonte – MG, para expor nossos trabalhos no stand do Sebrae Paraná. Foi uma experiência incrível! E também fico muito feliz quando os artistas ganham uma arte minha de presente. Alguns que já têm uma arte minha: Eliana, Cristiana Oliveira, cantor Daniel, Tiago Barnabé, Taís Araújo e Lázaro Ramos, Marcelo Freixo, entre outros.

Quais os seus próximos passos e metas?

Vanessa: Por falta de tempo, irei deixar para o próximo ano algumas mudanças no ateliê (divulgação, site novo, produtos novos, etc.) pois daqui para frente o número de pedidos aumenta muito. Atualmente estou com um pedido de 100 quadros para finalizar, então não está sobrando muito tempo para me dedicar a mudanças internas. Mas uma das metas é ampliar o espaço do ateliê, que já está pequeno para a demanda atual.

Quais conselhos você daria a quem quer começar a empreender?

Vanessa: Acredite no seu potencial e nas suas habilidades, mesmo que algumas pessoas digam que não dará certo. Se você tem uma ideia de negócio, vá em frente. Invista em estudar muito, se dedique e não desanime. Empreender não é um mar de rosas. Tem muitas subidas e descidas e eu sinto que empreender sendo artista é ainda mais desafiador. Mas eu tenho uma frase muito latente desde o começo na minha mente: “o não eu já tenho garantido, vou atrás do sim”. E tenha pessoas ao seu lado que te apoiem, sejam familiares, amigos ou parceiros comerciais. A caminhada ficará mais leve.

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Editora-chefe do Economia PR. Fundadora da BASIS Comunicação. Community Manager. Acelerada Camila Renaux. Consultoria em Comunicação Estratégica. Prêmio Sangue Bom de Jornalismo (SINDIJOR PR 2014)

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