O turnover, ou a rotatividade de funcionários, é um desafio constante para empresas de diversos setores, especialmente nas indústrias. A saída frequente de colaboradores não só gera custos elevados, mas também compromete a produtividade e o clima organizacional. Por essa razão, entender as causas e implementar estratégias eficazes pode ajudar a mitigar esse problema.
Segundo um levantamento realizado pelo portal STG News, a média de turnover nas indústrias brasileiras é de aproximadamente 56%, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
De acordo com Alisson Souza, CEO e fundador da abler, startup que tem o propósito de gerar empregabilidade, oferecendo soluções de alto custo-benefício para Consultorias de RH e PMEs, as condições de trabalho podem ser particularmente desafiadoras nas indústrias.
“Ambientes fisicamente exigentes ou inseguros, combinados com jornadas de trabalho longas, são fatores que levam muitos funcionários a buscar outras oportunidades. Além disso, a oferta de salários e benefícios abaixo do mercado não atrai os melhores talentos, resultando na perda de profissionais para concorrentes que oferecem pacotes mais atraentes”, revela.
Outro fator crucial é a falta de oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional. “Funcionários que não enxergam um caminho claro para evolução dentro da empresa tendem a se desmotivar e procurar alternativas onde possam progredir em suas carreiras. A cultura organizacional também desempenha um papel importante. Afinal, ambientes de trabalho onde falta transparência, comunicação eficaz e espírito de equipe podem se tornar tóxicos, afastando bons profissionais”, pontua.
Os efeitos do turnover vão além da simples substituição de funcionários. O custo financeiro de recrutar, selecionar e treinar novos colaboradores é alto, e esse processo contínuo pode pesar significativamente no orçamento da empresa. Além disso, a perda de talentos experientes resulta na queda de produtividade e qualidade do trabalho, uma vez que novos funcionários levam tempo para atingir o nível de competência necessário.
“Esse ciclo de substituição e adaptação contínua pode prejudicar a capacidade da empresa de cumprir prazos e manter a qualidade dos produtos”, afirma o especialista.
Uma das abordagens mais eficazes para reduzir o turnover é investir em um processo de recrutamento e seleção bem estruturado.
“Isso envolve definir claramente as habilidades e competências necessárias para cada posição, garantindo que os novos contratados estejam alinhados com os valores e a cultura da empresa. Oferecer pacotes de benefícios competitivos também é fundamental para atrair e reter talentos. Planos de saúde abrangentes, programas de bem-estar e parcerias com academias são apenas algumas das opções que podem diferenciar sua empresa no mercado”, declara.
Alisson acredita que investir no desenvolvimento profissional dos funcionários também é essencial. “Oferecer oportunidades de treinamento e capacitação melhora as habilidades da equipe, além de demonstrar um compromisso com o crescimento de cada colaborador. Quando os funcionários veem possibilidades claras de avanço em suas carreiras, ficam mais motivados e engajados, reduzindo a probabilidade de procurarem outras oportunidades”, relata.
Para o CEO, criar uma cultura de reconhecimento e valorização pode fazer uma grande diferença. “Elogios públicos, prêmios ou incentivos financeiros, ajudam a manter os funcionários motivados e comprometidos. Promover um ambiente de trabalho colaborativo, onde a comunicação aberta é encorajada e os funcionários se sentem valorizados, é vital para construir uma equipe coesa e leal”, opina.
Com essas estratégias, as empresas podem reduzir o turnover e criar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, onde os funcionários se sentem valorizados e têm oportunidades reais de crescimento e desenvolvimento.
“A retenção de talentos é impulsionada por um ambiente positivo e pelo reconhecimento contínuo dos colaboradores”, finaliza.