Dando continuidade à nossa série especial sobre empreendedorismo feminino, o EconomiaPR apresenta a história de Priscila Poli, uma empreendedora que encontrou no design de interiores um caminho para transformar vidas e realizar sonhos.
Com formação em Design pela PUC-PR, MBA em Arquitetura de Luxo e especialização na Accademia di Belle Arti di Brera, em Milão, Priscila trouxe para Guaratuba, onde atua há 15 anos, uma visão inovadora: a Casamar, um hub de design que acolhe o cliente em todas as etapas de uma reforma, do primeiro traço ao primeiro jantar.
Priscila compartilha a motivação que a levou a empreender e a busca constante por fazer algo que realmente impacte a vida das pessoas. Ela fala dos desafios da gestão de pessoas, um aprendizado que a fez mergulhar em metodologias, como o modelo Disney de experiência do colaborador, para construir uma equipe forte e comprometida.
Mais do que oferecer ambientes esteticamente belos, Priscila Poli vê na Casamar uma missão de criar lares com alma, que ressoem com a cidade e as belezas do litoral. Ela acredita que uma casa de férias deve ser mais que um refúgio; deve ser uma extensão do próprio desejo de viver bem e criar memórias com aqueles que amamos.
Nesta entrevista, ela reforça a importância de acreditar nos próprios sonhos. Priscila Poli prova que empreender vai além de abrir um negócio – é uma forma de transformar o mundo ao nosso redor e inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo.
Confira:
O que te levou a empreender?
Priscila: Sempre quis algo que as pessoas pudessem transformar seus espaços indo apenas em um lugar. E não existia isso no mercado, em algum momento o cliente precisaria decidir ou buscar algo sozinho. O que gerava um sentimento de incômodo por obras. Foi então que decidi criar algo diferente e que realmente abraçasse o cliente e estivesse lado a lado em todas as etapas de uma reforma. E assim nasceu a Casamar, um hub de design de interiores que faz do 1º desenho ao 1º jantar.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou e como os superou?
Priscila: Gestão de pessoas, com toda certeza esse é o maior desafio do empreendedor. No início temos dificuldade por ser uma equipe pequena e caixa baixo. O financeiro melhora, a gente contrata mais e então a equipe cresce e com ela as diferenças se tornam mais frequentes. E em meio ao turbilhão de coisas (contas, metas , inovação… temos que equilibrar os pratos e achar estratégias para desenvolvê-los, apoiá-los e fazer com que entendam o direito e dever de cada um. Eu enfrentei lendo muito, estudando e descobrindo o método Disney, de experiência do colaborador. Isso me ajudou muito a criar um time forte e preparado.
Como seu negócio inova e causa impacto positivo?
Priscila: A Casamar inova ao se posicionar como uma loja de alto padrão pioneira e exclusiva no setor no litoral, levando um conceito sofisticado e único de design de interiores para uma cidade pequena. Além de um escritório completo de design, proporcionamos experiências exclusivas através de nosso calendário de eventos, que envolve e encanta nossos clientes e colaboradores, transformando cada projeto em uma vivência imersiva. Defendemos com paixão a importância das casas de férias e destacamos as belezas de nossa cidade, criando o desejo, em cada cliente, de conhecer mais e investir na região. Através dessa abordagem, promovemos não só ambientes esteticamente impecáveis, mas também fortalecemos a conexão emocional com a cidade, incentivando um vínculo duradouro que ultrapassa a ideia de apenas “possuir” uma casa para transformá-la em um verdadeiro lar à beira-mar.
Como você enxerga o mercado para mulheres empreendedoras no Brasil?
Priscila: Vejo que tem crescido e mulheres se destacam em grandes setores. Mas ainda existe um preconceito de gênero que precisa ficar no radar.
Que mudanças no mercado você acredita que irão beneficiar as mulheres empreendedoras nos próximos anos?
Priscila: Acredito que algumas mudanças são fundamentais para beneficiar as mulheres empreendedoras nos próximos anos:
- Visibilidade e incentivo para mulheres em cargos de liderança: quanto mais mulheres compartilham suas histórias e desafios no empreendedorismo, mais inspirador e acessível esse caminho se torna para outras. Iniciativas como as que vocês do Economia PR promovem, dando voz a essas experiências, são essenciais para fortalecer o empreendedorismo feminino.
- Políticas públicas de suporte: é necessário que políticas de incentivo e proteção ofereçam o suporte para que mulheres possam iniciar e desenvolver seus negócios com segurança. Esse tipo de apoio é crucial para tornar o ambiente empreendedor mais inclusivo.
- Redes de apoio: para que mais mulheres possam empreender, é essencial que elas tenham acesso a redes de apoio que permitam conciliar os desafios do trabalho com as responsabilidades pessoais. Esse equilíbrio é particularmente importante para mulheres que enfrentam a dupla jornada, e as empresas que colaboram com isso, seja por meio de parcerias ou políticas de suporte, tornam o empreendedorismo mais acessível para todas.
Com essas mudanças, acredito que o mercado pode se tornar cada vez mais acessível e próspero para as mulheres.
Que habilidades você acha que são subestimadas, mas essenciais para empreender?
Priscila: Empatia, que é fundamental para entender e se conectar com clientes e equipe. Ouvir atentamente as necessidades e perspectivas das pessoas ao seu redor pode trazer insights poderosos. A adaptabilidade, que permite ajustar estratégias de acordo com as mudanças de mercado e aproveitar oportunidades inesperadas. Gestão do tempo e foco ajudam a manter a produtividade, organizando as múltiplas demandas sem comprometer o bem-estar.
Qual é o maior objetivo que você ainda quer alcançar?
Priscila: Meu maior objetivo é tornar a Casamar como referência nacional e internacional em design de interiores para casas de férias, elevando o conceito de “casas com alma” para criar espaços que realmente transformem vidas. Desejo que a minha marca inspire outros empreendedores e valorize as belezas da nossa cidade, mostrando que até em pequenas localidades é possível inovar e gerar grande impacto.
Que conselho você daria para mulheres que querem começar a empreender?
Priscila: Acredite em você mesma. Em um mundo que frequentemente coloca a capacidade feminina em comparação com a masculina, é fácil sentir-se em competição. Mas, na verdade, essa jornada não é sobre provar algo para os outros, e sim sobre honrar quem você é e o que você quer conquistar. Uma empresária nunca caminha sozinha; com ela vêm suas outras facetas: a mãe, a esposa, a mulher. Essas multifunções fazem de nós pessoas diferentes e trazem uma força única, onde a determinação encontra o amor. Ser forte não significa não sentir; significa ter coragem para seguir em frente, com resiliência e paixão. Acredite no seu propósito, confie nas suas capacidades e use suas múltiplas funções como fonte de inspiração, não de limitação. Essa autenticidade é o que trará o diferencial ao seu negócio e o que permitirá que você construa uma jornada empreendedora que realmente ressoe com você e com o mundo ao seu redor.