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Entenda as recentes mudanças do Pix e os impactos na economia

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Foto: Divulgação UniCesumar / Shutterstock

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central do Brasil, está em funcionamento desde novembro de 2020 e, no próximo dia 16, completa 4 anos de existência.

Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), foram realizadas R$ 29 bilhões em transferências por meio da ferramenta no 1º semestre de 2024, 61% a mais em relação ao mesmo período de 2023.

Em toda a história do Pix, cerca de R$ 71 bilhões já foram movimentados em transferências. 

 No dia 29 de outubro, o presidente do Banco Central, Robertos Campos Neto, afirmou que o Pix por aproximação será disponibilizado a partir da primeira semana de novembro.

“Do mesmo jeito que você tem hoje na wallet [carteira] da Google seus cartões de crédito, que você só encosta o celular e paga, vai começar a fazer isso com o Pix”, explicou Neto

Desse modo, os pagamentos instantâneos serão permitidos nas carteiras digitais, sem a necessidade de acesso ao aplicativo da instituição financeira ou da leitura do QR Code na máquina de cartão.

O Banco Central implementou, também, novas regras para o Pix, focadas em aumentar a segurança nas transações, que estão em vigor desde 1º de novembro.

As mudanças, anunciadas em julho, deram tempo para que as instituições financeiras se adaptassem. 

Agora, transferências acima de R$ 200 só podem ser feitas em um dispositivo (celular ou computador) previamente registrado pelo usuário. Essa regra visa dificultar fraudes em que criminosos tentam usar login e senha roubados em aparelhos não autorizados.

Para transferências de até R$ 200, não há restrição de dispositivo, desde que o limite diário de R$ 1 mil não seja ultrapassado.

As instituições financeiras devem:

  • Utilizar sistemas de gerenciamento de risco de fraude, com dados do Banco Central, para identificar transações suspeitas; 
  • Oferecer aos clientes orientações sobre prevenção a fraudes em canais de fácil acesso; 
  • Verificar, pelo menos a cada seis meses, se há registros de fraude associados aos clientes e, caso necessário, adotar medidas como limitar o tempo para autorização de transações ou bloquear preventivamente transações suspeitas. 

Juliana Franco, professora de Administração da UniCesumar e Diretora do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), listou as vantagens e os impactos que o Pix causou na economia brasileira: 

  • Agilidade nas Transações: o Pix permite transferências em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana. Isso reduziu o tempo e os custos associados a transações financeiras, tanto para consumidores quanto para empresas. 
  • Redução de Custos: as taxas para transações via Pix são geralmente mais baixas do que as de métodos tradicionais, como DOC ou TED. Isso beneficiou principalmente pequenos comerciantes e pessoas físicas. 
  • Estímulo ao Comércio: o uso do Pix se tornou popular entre comerciantes, impulsionando vendas, especialmente em pequenas empresas. O pagamento instantâneo ajudou a aumentar a confiança nas transações. 
  • Impacto na Política Monetária: o aumento das transações via Pix pode influenciar a forma como o Banco Central monitora e controla a liquidez da economia, impactando decisões de política monetária. 
  • Segurança e Fraudes: embora o Pix tenha trazido muitos benefícios, também levantou preocupações sobre segurança e fraudes, levando a discussões sobre regulamentação e proteção ao consumidor. 

Franco aponta que os golpes via Pix têm se tornado cada vez mais comuns, e os criminosos têm utilizado várias táticas para enganar as vítimas. A seguir, a professora lista os golpes mais comuns: 

  • Phishing: criminosos enviam mensagens, geralmente por e-mail ou SMS, que imitam bancos ou instituições financeiras. Essas mensagens solicitam que a vítima clique em um link e insira seus dados pessoais, incluindo senhas e chaves Pix. Uma vez que os criminosos obtêm essas informações, podem acessar a conta da vítima e realizar transferências. 
  • Golpe do falso atendente: nesse golpe, o criminoso se passa por um atendente de banco, ligando ou enviando mensagens para a vítima. Dessa forma, o golpista alega que houve uma tentativa de fraude ou que a conta precisa de verificação, e pede à vítima que faça uma transferência via Pix para “proteger” os fundos. 
  • Vendas fraudulentas: em compras on-line, especialmente em redes sociais, os golpistas anunciam produtos a preços muito baixos. Após o pagamento via Pix, a vítima nunca recebe o produto, e o golpista desaparece. Esse tipo de golpe é comum em plataformas de compra e venda, em que a verificação de vendedores é mais difícil. 
  • Clonagem de WhatsApp: os criminosos clonam o número de WhatsApp da vítima, se passando por ela para pedir dinheiro a contatos. Eles costumam informar uma emergência e solicitam que os amigos realizem transferências via Pix, levando a vítima a perder dinheiro sem perceber que não está falando com a pessoa real. 
  • Golpe do “recuperador de contas”: nesse golpe, o criminoso apresenta-se como um especialista em recuperação de contas que foi invadida. Ele pede que a vítima faça um pagamento via Pix para “ajudar” a recuperar sua conta, mas, na verdade, não possui  nenhum vínculo com a instituição financeira. 

“Para se proteger contra esses golpes, é importante desconfiar de mensagens ou ligações suspeitas, nunca compartilhar dados pessoais e sempre verificar a autenticidade de transações, especialmente em compras e doações. Além disso, manter o software do celular atualizado e usar autenticação em duas etapas nas contas financeiras podem ajudar a aumentar a segurança”, ressalta Franco

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