Um levantamento da Mintel lançado em setembro aponta que 87% dos consumidores brasileiros compraram algum tipo de iogurte para comer e 88% alguma bebida láctea para beber nos três meses anteriores à pesquisa.
No entanto, o estudo também revela que 44% dos clientes são motivados a comprar pelo preço, ressaltando a necessidade desse mercado de inovar para manter a qualidade dos produtos sem encarecê-los.
Para Hamilton Monteiro, Gerente Comercial Laticínios da Alibra Ingredientes, referência em ingredientes inovadores para a indústria alimentícia e o mercado food service, a tecnologia é fundamental para suprir essa demanda.
“Os lácteos naturalmente têm uma alta penetração, mas também diversos desafios na sua cadeia produtiva, que vão desde as mudanças climáticas até incertezas ligadas aos fornecedores globais”, diz.
Junto da sensibilidade aos preços, Tatiana Dantas, Gerente de Marketing da empresa, reforça que a inovação tecnológica é essencial para atender às novas exigências do consumidor.
“As indústrias têm a oportunidade de criar sabores, texturas e formatos disruptivos para conversar com diferentes preferências. Estamos falando de dietas específicas, opções doces e salgadas, bebidas proteicas, produtos on-the-go, embalagens sustentáveis, entre muitas outras”, complementa.
Com os esforços para inovar, o mercado de lácteos vem observando várias categorias dispararem seu crescimento, impulsionado pela demanda crescente por produtos com apelos voltados à saúde.
Um grande exemplo disso são as bebidas lácteas proteicas que possuem em sua composição o caseinato, uma proteína derivada do leite, utilizada em produtos funcionais devido ao seu alto valor biológico e nutricional.
Ou ainda é possível citar os produtos que proporcionam experiências sensoriais diferenciadas.
A pesquisa da Mintel mostra que 30% daqueles que pertencem a classes AB se destacam nas compras de sabores indulgentes (principalmente de sobremesa), enquanto 27% dos consumidores são motivados a comprar iogurtes pela saudabilidade.
Monteiro explica que os ingredientes naturais, estabilizantes e espessantes são algumas das soluções mais usadas pela indústria para realizar essas diferentes aplicações.
“São recursos que aliam ou priorizam aspectos como prazer, saúde, praticidade e versatilidade, portanto podem ser as saídas para que as marcas atinjam o seu público-alvo com mais rapidez e gastando menos”, afirma.
No Brasil, já existem algumas empresas que estão aumentando os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para impulsionar o mercado de lácteos.
A própria Alibra é uma delas, já que conta com uma tecnologia e um corpo técnico capazes de simular a criação de diversas soluções, proporcionando aos parceiros a oportunidade de testar e ajustar as formulações antes da produção em larga escala.
Além disso, a companhia possui uma linha exclusiva de ingredientes para aplicação na área, a LacSystem, que aprimora características como corpo, textura, viscosidade e estabilidade dos produtos.
Dentre eles, estão categorias como queijos culinários (parmesão ralado, requeijão, cream cheese, creme de ricota, etc.), sobremesas lácteas (flans, pudins e mousses), iogurtes (tradicionais, proteicos, gregos, Petit Suisse), entre outras.
“A LacSystem é um dos nossos carros-chefe justamente porque enxergamos uma urgência latente na evolução da indústria de lácteos”, ressalta Tatiana. “A chegada e o desenvolvimento de soluções personalizáveis como essa enfatizam que o mercado continuará pedindo por processos produtivos que unam economia, escalabilidade e inovação nos próximos anos”, finaliza.