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Mulheres, startups e tecnologia: uma trilogia em ascensão

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Foto: arina-krasnikova/pexels

O esforço das mulheres para serem vistas e reconhecidas no mercado é constante. No universo das startups, esse desafio é ainda maior, afinal, ainda persiste no “imaginário popular” a ideia de que esse ecossistema está diretamente ligado apenas à tecnologia — setor onde os homens, historicamente, ocupam maior visibilidade.

Mesmo com o crescimento expressivo da presença feminina, eles ainda costumam “roubar a cena”.

“Elas estão inseridas, mas não são vistas ou não se apresentam, como os homens conseguem fazer. Não sei se é algo cultural, social, mas elas não aparecem tanto quanto eles. E nós (digo nós porque também já tive) medo de apresentar a ideia, e da não aprovação. É preciso se expor, divulgar sua história, sua empresa, sua solução.”, afirma Mírcea Vessaro, sócia-fundadora da fintech OnIT Fashion, de Cascavel.

A startup desenvolveu um aplicativo que aplica os conceitos de visagismo para gerar um dossiê analítico de coloração, estilo e proporções faciais e corporais, em menos tempo que o mercado atual. A tecnologia agiliza o trabalho de óticas, maquiadores, consultores de imagem, barbeiros e outros profissionais, oferecendo ao cliente uma consultoria completa e personalizada.

Construindo referências

Quando começou a explorar o ecossistema de startups, Mírcea sentiu falta de programas voltados exclusivamente para mulheres.

“Eu tinha poucas referências na área, especialmente aqui no Oeste do Paraná, região tradicionalmente ligada ao agronegócio”, relembra.

A virada aconteceu quando conheceu iniciativas como a Ladies in Tech (instituto gaúcho que fomenta o empreendedorismo feminino em tecnologia).

A partir daí, mergulhou em diferentes programas de capacitação e redes de inovação: participou do Empretec Startup (Sebrae/PR), de ações do Iguassu Valley, do Acic Labs e do Hub One, ambos de Cascavel.

“Fui me conectando, conhecendo profissionais, aparecendo e fazendo minha empresa aparecer”, destaca.

Cenário em transformação

O movimento reflete um crescimento real: a participação feminina em startups no Brasil saltou de 8,6% em 2023 para 30,2% em 2024, segundo dados do Sebrae Startups. Apesar disso, o setor ainda enfrenta gargalos típicos de empresas em fase inicial — como equipes reduzidas e dificuldades para gerar receita.

“Quando comecei, não sabia por onde começar. Por isso, incentivo outras mulheres a buscarem os ecossistemas da sua região, aproveitarem cursos, capacitações e editais de fomento. Quando não há investidor, esses editais são uma oportunidade concreta de conquistar recursos e avançar com o negócio”, orienta Mírcea, que tem ao seu lado, na OnIT, os sócios Marcelo Marchiori e Ricardo Vessaro, ambos da área de tecnologia.

Reconhecimento em expansão

A OnIT Fashion já integrou programas de peso como a Darwin Startups, em Florianópolis, e o Hangar Mulheres (2ª edição), da Itaipu Parquetec, chegando à segunda fase entre centenas de inscritas. Hoje, participa do Revenue Acceleration Program, da AWS Startups (Amazon), e está incubada na Acic Labs, em Cascavel.

O avanço de iniciativas e a força das mulheres que ousam ocupar esse espaço mostram que a trajetória feminina no ecossistema de startups é irreversível. Trata-se de um movimento contínuo, que busca não apenas visibilidade e reconhecimento, mas sobretudo equidade e respeito — sem distinção de gênero.

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Jornalista especialista em mídias digitais, negociação empresarial e Comunicação e Expressão.

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