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Monitoramento de nitrogênio economiza até R$ 1 bi por ano para 9,8 mi de hectares

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Foto: Divulgação/Stenon

O setor agrícola paranaense, um dos mais importantes produtores de alimentos do Brasil, pode economizar até R$ 1 bilhão anuais ao adotar tecnologia de monitoramento de solo em tempo real, segundo a Stenon, líder global em agtech.

O fertilizante de nitrogênio nunca representou um custo tão alto nas contas dos agricultores paraenses. Como referência, a ureia desembarcada nos portos brasileiros, ainda é negociada entre US$ 435 e US$ 475 por tonelada – aproximadamente R$ 2.400 a R$ 2.600 por tonelada – mesmo após a queda de preços pós-pandemia.

O motivo é geopolítico: a crise no Leste Europeu e novas sanções secundárias dos EUA, além do agravamento de conflitos na região do Irã, ameaçam os 17% da ureia brasileira que vêm do Golfo Pérsico. Para os produtores de grãos, que já gastam mais de um terço de seus custos com nutrição das lavouras, cada real economizado com nitrogênio faz diferença.

As estatísticas nacionais confirmam essa oportunidade. Segundo dados da ANDA acompanhados pela Datamar, os agricultores paranaenses compraram 2.29  milhões de toneladas de fertilizantes no primeiro semestre de 2024 – volume que normalmente dobra até o fim do ano.

Projetando de forma conservadora 4 a 4.5 milhões de toneladas para a safra completa e aplicando a mistura padrão de cultivos, estima-se que cerca de 1,5 milhão de toneladas de produtos nitrogenados sejam aplicados nos 9,8 milhões de hectares agrícolas do estado. Aos preços atuais de compra, essa conta pode ultrapassar os R$ 3,8 bilhões.

Análises de campo independentes e estudos de caso mostram que o manejo de nitrogênio com precisão e de forma específica para cada cultura pode reduzir o uso total do fertilizante de 20% a 30% sem prejudicar a produtividade.

Aplicado a toda a área agrícola do Paraná, isso significa cortar 0,3 a 0,5 milhão de toneladas do volume comprado e economizar entre R$ 0,7 bilhão e R$ 1,2 bilhão por ano – uma proteção direta contra a próxima alta de preços impulsionada por fatores geopolíticos.

A Stenon é atualmente a única empresa no Brasil capaz de gerar esses ganhos. A tecnologia patenteada da empresa alemã, baseada em sensores de campo, mede o nitrogênio mineral disponível para a planta e o carbono orgânico do solo (SOC) em menos de 20 segundos, diretamente ao lado do pulverizador ou distribuidor.

Sem atrasos, sem amostras congeladas, sem logística. Para operações brasileiras que semeiam áreas de 1.000 hectares de uma só vez, a diferença é decisiva: é possível emitir uma prescrição de taxa variável de nitrogênio em poucas horas – permitindo que os agrônomos “mirem baixo para errar pouco” em um nutriente que se volatiliza ou lixivia em poucos dias.

O dispositivo se integra de forma fluida ao aplicativo web da Stenon, cuja integração personalizada com o sistema de gestão agrícola pode enviar as recomendações de nitrogênio da empresa diretamente ao controlador de taxa variável em minutos.

Por trás do sensor, há mais de 50 patentes concedidas e um dos maiores bancos de dados privados de solos do mundo, criado ao longo de anos em múltiplos países e de propriedade da Stenon, que hoje ultrapassa 3 milhões de leituras de sensores de campo em quatro continentes.

Um recalibramento contínuo por machine learning mantém a precisão elevada – vantagem crucial diante da diversidade dos solos brasileiros, que variam de latossolos argilosos a cerrados arenosos.

Reduzir o nitrogênio não só economiza dinheiro. A produção de um quilo de ureia emite cerca de 1,9 kg de CO₂e, e a aplicação excessiva de nitrogênio frequentemente provoca perdas ainda maiores de óxido nitroso.

Retirar 0,5 milhão de toneladas de produto evita, portanto, quase 0,95 milhão de toneladas de CO₂e na fabricação e previne ainda mais emissões de gases de efeito estufa no campo – um avanço significativo rumo às metas climáticas assumidas pelo agronegócio brasileiro.

“O nitrogênio é um alvo móvel – aplicar cedo demais significa perdê-lo para a atmosfera; tarde demais, e você perde produtividade. A Stenon oferece aos produtores e empresas agrícolas os dados em tempo real de que precisam para acertar na mosca a cada safra, mesmo nos maiores campos do estado”, afirma Niels Grabbert, CEO da Stenon.

“O resultado é um menor custo por saca de cana e milho, solos mais saudáveis e uma pegada de carbono mais leve. No mercado volátil de hoje, isso é tanto gestão de risco quanto agronomia.”

A carência crônica de dados sobre nitrogênio no Brasil reforça a necessidade de uma alternativa em campo. Coletar e congelar dezenas de amostras compostas por talhão – protocolo padrão europeu – é inviável em grandes plantações que ficam a horas do laboratório mais próximo com capacidade de análise de nitrogênio.

O monitoramento em tempo real simplifica essa logística para um único operador e um dispositivo portátil, entregando dados de nitrogênio, SOC e outros parâmetros importantes antes do fim da janela de ação.

Agrônomos que aplicaram o sistema da Stenon no Paraná reportam reduções de 39% na dose de nitrogênio na segunda safra de milho, com produtividades estáveis ou ligeiramente superiores graças ao melhor momento de aplicação.

Esses ganhos escalam quase linearmente com a área: o que economiza R$ 250 mil por ano em uma propriedade familiar média, economiza vinte vezes mais para um grande produtor corporativo.

Com as cadeias globais de suprimento de fertilizantes cada vez mais frágeis – a Rússia ainda fornece cerca de um terço do nitrogênio importado pelo Brasil, enquanto as rotas marítimas do Oriente Médio enfrentam novas ameaças – a eficiência orientada por dados torna-se tão estratégica quanto o preço.

A missão da Stenon é transformar essa necessidade estratégica em realidade operacional: medir, gerenciar e monetizar o nitrogênio, talhão por talhão, safra após safra.

No Paraná, onde o poder de mercado está concentrado em poucos grandes compradores, produtores menores frequentemente enfrentam custos mais altos de insumos, menor poder de barganha e margens financeiras reduzidas.

Ao integrar tecnologia aos seus serviços, eles podem oferecer inteligência de solo em tempo real que ajuda clientes a reduzir custos e aumentar a produtividade em culturas como milho e trigo – algo crítico diante do aumento da inadimplência e das restrições de crédito e logística para pequenos produtores.

Isso não só fortalece a fidelidade do cliente, mas também cria novas linhas de serviço de alta margem em um setor cada vez mais orientado por dados e retorno sobre investimento (ROI).

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