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Maior posto de GNV para frota pesada do Brasil começa a operar no PR

GMV carga pesada Economia PR
Foto: Divulgação

O complexo rodoferroviário da região de Ponta Grossa, no Paraná, é o maior do Sul do Brasil. Por ali passa boa parte da carga indo ou vindo do Porto de Paranaguá, que só no último ano movimentou 67 milhões de toneladas, segundo a autoridade portuária. Uma das principais artérias desse complexo, a BR-376, conta desde setembro com o maior posto de gás natural veicular (GNV) para frotas pesadas do país.

O posto, da Gas Futuro, faz abastecimento em alta vazão, com capacidade para atender até seis caminhões ao mesmo tempo, aproximadamente 300 por dia – ou 3 mil m³ de GNV por hora.

Em breve, o posto da Gas Futuro vai operar também com biometano, o primeiro do Brasil para abastecimento de frotas pesadas. Combustível gasoso, é produzido a partir de biogás – por sua vez, produzido a partir de lixo orgânico. O biometano do posto da Gas Futuro será fornecido por um centro de tratamento de resíduos do aterro sanitário do município de Ponta Grossa.

“O GNV é o combustível de transição, para energias renováveis. Já o biometano é a energia renovável propriamente dita, alinhando a sustentabilidade e a economia circular. Ele dá autonomia para um caminhão ir e vir do Porto de Paranaguá. O posto de biometano, para abastecimento de frota pesada, será a cereja do bolo nos corredores sustentáveis do Paraná”, afirma o CEO da Gas Futuro, Rodrigo Bogacz.

Situada no km 510+500 da BR-376, em Ponta Grossa, a Parada Vendrami ocupa uma área de 42 mil metros quadrados. São 5,5 mil metros quadrados de área construída. O estacionamento comporta mais de 400 veículos, entre caminhões, ônibus e automóveis.

O complexo se destaca não só pelo tamanho, como também pela infraestrutura.

“Com postos de combustíveis, restaurantes, lojas, escritórios, lavanderia e área de descanso, a Parada Vendrami se configura em um projeto moderno, que atende tanto caminhoneiros como turistas”, ressalta o CEO da Parada Vendrami, Vinicius Vendrami Malucelli.

Em setembro também foi inaugurada a conveniência Shell Café, que será complementada com restaurante e um Posto Shell de combustíveis líquidos de grande porte, todos operados pela Rede Azul. Demais facilidades serão disponibilizadas ao longo do tempo.

A localização estratégica é um dos diferenciais.

“Ponta Grossa está em uma das mais importantes rotas logísticas do país, conectando o interior do estado e do Brasil ao Porto de Paranaguá. Este local, ponto de partida e de chegada, para o interior, para o porto e para capital, dentro do segundo maior distrito industrial do Paraná, há muito merecia um empreendimento diferenciado, que oferecesse toda  a comodidade e ambiente que os viajantes merecem”, completa Vendrami Malucelli.

“Infraestrutura e localização foram fatores decisivos para a escolha da Gas Futuro se instalar na Parada Vendrami”, afirma Rodrigo.

A instalação da mega parada se antecipa à conclusão de uma série de obras viárias projetadas para a região. A malha rodoviária local integra o Lote 3 de concessões realizadas no final do ano passado, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em parceria com o Governo do Estado. Ao todo, esse lote vai receber investimentos de R$ 15,9 bilhões.

Especificamente para Ponta Grossa, estão previstos dois contornos, Norte e Leste, dois viadutos, e a duplicação da BR-376 até Mauá da Serra. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), está em duplicação também a PR-151, entre a BR-376 e a PR-438.

“Todos esses investimentos vão modernizar e aumentar a capacidade de tráfego nessa região”, avalia Malucelli.

Com o posto da Gas Futuro, de GNV e, futuramente, de biometano, a Parada Vendrami está integrada ao Corredores Sustentáveis, projeto da Companhia Paranaense de Gás (Compagas) que cria rotas de abastecimento de caminhões movidos a GNV.

O posto da Parada Vendrami também é dotado de infraestrutura para o fornecimento de gás natural comprimido (GNC). Em outras palavras: o local se torna apto a funcionar como ponto de distribuição desse produto, para outros pontos de combustíveis e mesmo para as indústrias da região.

A capacidade de abastecimento no local será de 300 caminhões por dia, segundo dados da Gas Futuro.

O sócio da Parada Vendrami ressalta que, voltado a viajantes em geral, o empreendimento se posiciona também como um ponto de apoio para caminhoneiros.

“No entrocamento de Ponta Grossa, as rodovias do interior se juntam com destino à capital e ao Porto de Paranaguá, levando os produtos para exportação, assim como é o ponto de partida no sentido inverso, levando os insumos para o agronegócio”, afirma.

Assim, além de alimentação e combustível, o complexo vai oferecer aos caminhoneiros oficinas para reparos no veículo e acesso a escritórios transportadoras e embarcadores para fretes. Há serviços ainda para cuidados pessoais, como barbearia, chuveiros, lavanderia, internet e seguradoras.

“Tudo isso está sendo implantado de forma gradativa, por meio de empresas parceiras”.

Ponta Grossa se configura também em entroncamento para quem está em viagens a passeio ou turismo. Por exemplo: quem parte de qualquer região do interior do Paraná ou Mato Grosso do Sul com destino à capital e ao litoral, passa por Ponta Grossa. Conecta ainda o Paraná ao interior de São Paulo.

Assim, a Parada Vendrami também é voltada a atender viajantes de automóveis e ônibus.

“Em um mesmo local, esses viajantes encontrarão todas as opções de combustíveis, para abastecimento, além de completa infraestrutura de serviços, como alimentação, conveniências e descanso”, pontua Malucelli.

O início das operações da Parada Vendrami e seus serviços já repercute entre diversos setores. Para o diretor comercial da Compagas, Luiz Carlos Kuns Passos, o novo posto de GNV representa “marco estratégico” no projeto Corredores Sustentáveis, liderado pela companhia.

“É um avanço significativo na nossa missão de promover a descarbonização do transporte rodoviário de cargas no Paraná. Localizado em um dos principais hubs logísticos do estado, tem infraestrutura de ponta para abastecimento de caminhões a gás do Brasil, garantindo não apenas eficiência operacional, mas também uma experiência diferenciada para motoristas e empresas que apostam em soluções mais limpas e sustentáveis. É um passo importante na construção de um futuro energético mais responsável, e reforça o nosso compromisso com a transformação da matriz energética de transportes e com o desenvolvimento econômico regional”, declara.

Presente em evento de inauguração em 19 de setembro, o secretário de Desenvolvimento Sustentável do Paraná, Rafael Greca, enalteceu o caráter inovador do empreendimento. Ainda, os ganhos não só ambientais, como sociais, proporcionados pela nova estrutura.

Ao lado da prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, sublinhou:

“[Com este posto] gera-se uma pegada de livramento do carbono. A inovação só vale quando se transforma num processo social, de nos livrarmos da poluição  dos combustíveis fósseis. Isso está nascendo, com este posto. O futuro está sendo construído”.

Na avaliação da assessora da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços do Paraná, Keila Regina Sanson de Avila, o empreendimento é importante para o desenvolvimento industrial da região dos Campos Gerais.

“Diante dessa infraestrutura, a Secretaria se coloca à disposição para iniciativas de fomento à indústria local”.

Para o diretor presidente da Zero Resíduos, Marcus Vinícius Nadal Borsato, as novas instalações “vão mudar a realidade dos transportes” na região dos Campos Gerais.

A empresa, do Grupo Philus, é a gestora do centro de tratamento de resíduos do aterro de Ponta Grossa, de onde será produzido o biometano.

“Esperamos para janeiro o início da operação do posto de biometano, e que num futuro próximo todos tenham veículos movidos a esse combustível renovável.”

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