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Como fica a saúde mental ao descobrir um câncer de mama?

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Foto: wayhomestudio/freepik

Descobrir um câncer de mama é um momento delicado que, para além da doença em si, impacta diretamente na saúde mental da paciente e de toda a sua família. Por isso, é cada vez mais relevante pensar, para além da prevenção e do tratamento, em formas de lidar, da maneira que for possível, com o cotidiano de uma enfermidade que traz muitos desafios.

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2025, o Brasil irá registrar mais de 73 mil novos casos de câncer de mama, com uma em cada quatro mulheres correndo o risco de desenvolver um quadro depressivo devido aos impactos do diagnóstico e do tratamento.

Thaís Nakayama, psiquiatra da Afya Educação Médica Curitiba, aponta o câncer de mama, o segundo mais prevalente do mundo, é uma doença complexa, que afeta tanto a saúde física quanto a psicológica do paciente e, desta forma, exige um cuidado ainda maior.

“O diagnóstico pode suscitar medo, tristeza, raiva e desesperança. Invariavelmente, é algo que gera sofrimento e pode evoluir para quadros como ansiedade e depressão. É importante ressaltar que os pacientes podem precisar se afastar do trabalho, perder autonomia e outras questões que impactam no desenvolvimento de diferentes quadros”, afirma Thaís.

Com a intensificação de quadros de transtorno depressivo em pacientes com câncer, cada vez mais se faz necessário aliar o tratamento da doença a um acompanhamento da saúde mental, algo que os serviços de oncologia já começam a adotar em suas abordagens. Para Thaís, há ainda um fator importante a se considerar nesta relação: a gravidade do câncer.

“A questão da gravidade deve ser pontuada, pois quanto mais complicado for o diagnóstico do paciente, maiores são as repercussões dele na sua vida cotidiana. Isso aumenta as chances de um transtorno mental e reforça a necessidade de pensar corpo e mente de forma conjunta: pacientes que conseguem nutrir bons sentimentos, de resiliência e esperança, apresentam maior capacidade de enfrentamento da doença”, comenta a psiquiatra da Afya Curitiba.

A campanha do Outubro Rosa reafirma a necessidade de prevenção e combate ao câncer de mama por parte dos pacientes, mas também de pessoas que são fundamentais nesta luta: os familiares e pessoas próximas. A psiquiatra observa que, assim como quem está com a doença precisa cuidar da saúde mental, o mesmo vale para quem acompanha a batalha de perto.

“A família sofre junto, pois precisa também lidar com uma carga emocional, física e, por vezes, até financeira. É algo que aumenta a suscetibilidade a quadros depressivos, ansiosos e de exaustão”, diz Thaís.

Se o diagnóstico de um câncer de mama, em si, já se trata de um processo que envolve sofrimento, o acompanhamento da saúde mental aliada também exige um cuidado especial. Da mesma que uma pessoa busca diferentes especialidades médicas quando sente um desconforto específico, a mente também necessita desta busca, como aponta a Thaís.

“O melhor momento para realizar uma avaliação psiquiátrica é quando os sintomas do câncer passam a trazer um prejuízo ou desconforto ainda maior. Isso inclui preocupações excessivas, tristeza, falta de energia, alterações do sono e do apetite, entre outros sintomas. É este tipo de acompanhamento que proporciona uma qualidade de vida durante um enfrentamento de câncer”, revela a psiquiatra.

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