O varejo de moda brasileira se prepara para um novo ciclo de crescimento em 2026. O Indicador de Tendência de Consumo e Varejo (ITCV) da FGV projeta alta de 2,08% no setor, impulsionada pelo aumento da renda, estabilidade no emprego e avanço do crédito, que deve subir 6,44% em 2026, de acordo com projeções da instituição.
O movimento reforça a retomada gradual da confiança do consumidor e abre espaço para que indústrias do interior ganhem relevância nacional.
Entre essas empresas está a AKR Brands, holding de moda masculina do interior do Paraná que reúne as marcas King&Joe, King&Joe Play e K&J Black, e que se estabeleceu como uma das principais plataformas de moda masculina de atacado, no país.
Com sede em Londrina, a companhia projeta crescimento de 20% em 2026 e se prepara para inaugurar um novo parque fabril de 3.200 m², que deve ampliar a capacidade produtiva e acelerar o processo de digitalização de suas operações.
Segundo Allan Soares, CEO da AKR Brands, o setor entra em um momento de transformação, marcado por mais competitividade e consumidores exigentes.
“O homem brasileiro está mais atento à imagem e também ao impacto das marcas que consome, buscando não apenas produtos, mas marcas que representem sua identidade e estilo de vida. Em 2026, o diferencial será equilibrar performance comercial com relevância, criando novas formas de identificação com o público”, afirma.
A empresa acredita que o varejo do futuro será cada vez mais guiado por dados e propósito, com o uso de CRMs avançados para gestão de estoque e comportamento de compra.
O movimento acompanha tendências globais destacadas pelo 2026 Trend Report, da Trend Hunter, que aponta o avanço de experiências híbridas entre o físico e o digital, a automação do e-commerce e o uso de IA generativa para personalizar a jornada de compra.
Além da digitalização, outro pilar que deve guiar o varejo em 2026 é o propósito. O relatório mostra ainda que o consumidor global vem buscando experiências mais empáticas e conectadas ao cotidiano, valorizando autenticidade, diversidade e impacto positivo.
No caso da AKR, essa leitura vem moldando campanhas mais reais e menos prescritivas, com narrativas que refletem uma nova masculinidade, plural e acessível.
“Hoje o consumidor de moda compra por afinidade, não por necessidade. As nossas marcas evoluíram acompanhando esse comportamento, mas sem perder a essência. A King&Joe, por exemplo, segue com o espírito explorador e livre que a trouxe até aqui. É essa combinação de autenticidade e performance que faz o cliente se identificar e voltar”, explica Soares.
Para o executivo, o principal aprendizado de 2025 foi a importância da agilidade. A rápida adaptação às mudanças de comportamento e de mercado se tornou essencial para garantir resiliência e crescimento sustentável.
“Em 2025 aprendemos que o varejo precisa ser vivo, orgânico. Para 2026, queremos ampliar nossa presença digital, investir em tecnologia e fortalecer a proximidade com nossos key accounts, que são parceiros estratégicos para escalar resultados”, completa.
O novo parque fabril, que será inaugurado no início de 2026, simboliza essa nova fase. Com foco em eficiência operacional e integração entre equipes, a estrutura reforça o posicionamento da AKR como um grupo que combina tradição industrial e inovação tecnológica.
“Acreditamos que o futuro da moda está na combinação entre tecnologia e relacionamento humano. A loja física continua sendo o ponto de conexão, mas o digital potencializa o diálogo com o cliente antes e depois da compra”, reforça o CEO.
Com uma visão otimista para o próximo ciclo, a AKR reforça seu objetivo de ser a principal plataforma de marcas masculinas do Brasil. Para Allan Soares, o crescimento virá da soma de estratégia, empatia e execução.
“Temos uma crença genuína no mercado brasileiro e na força do interior. A qualidade da informação digitalizada será essencial para posicionar nossas marcas nessa nova fase do varejo”, conclui.