Enquanto cerca de 44% das empresas no Brasil já relatam resultados concretos com inteligência artificial (IA) e outras 46% acreditam que irão colher no próximo ano, revela pesquisa da SAP Brasil.
Ao mesmo tempo, estudo da Bain & Company aponta que 67% das organizações brasileiras consideram a IA entre as cinco prioridades estratégicas para 2025, com aumento médio de produtividade de 14% para quem já utiliza IA generativa.
Neste cenário, o consultor em inteligência artificial e gestão de processos empresariais Bruno Castro, do Grupo Sável, afirma que “dezembro é o mês de estruturar para entrar em 2026 com vantagem”, não apenas um período de revisão, mas de ação.
Para Bruno Castro, o fim de ano não deve se limitar à retrospectiva, mas converter-se em momento estratégico para definir pilares que sustentem o próximo ciclo.
“Não espere janeiro para começar a arrumar a casa — se você quer entrar em 2026 com estrutura, o trabalho tem de começar agora”, afirma.
Ele enumera quatro passos que julga vitais: metas claras por equipe; reuniões de acompanhamento; automação com IA apropriada; e mapeamento detalhado de processos.
“Metas para cada equipe não são opção — são condição. Sem elas, o processo vira adivinhação. Quando você define o que cada setor vai entregar, o caminho fica visível.” O especialista defende que reuniões frequentes de acompanhamento são o “pulso da operação”: “Você sabe o que está acontecendo na sua empresa agora? Se a resposta é não, você está reagindo, não dirigindo.”
E a tecnologia?
Castro adverte que a automação só rende quando pensada estrategicamente.
“IA sem planejamento é desperdício de dinheiro. Se a empresa compra sistema, instala e espera que ‘faça tudo sozinho’, vai se decepcionar. A automação funciona se for alinhada à realidade da empresa e se responder a um problema real”.
Ele lembra que, de fato, as estatísticas nacionais indicam que inúmeras empresas já adotam IA — estudo da IDC/Lenovo aponta que 68% das empresas brasileiras afirmam já adotar IA, embora enfrentem limitações como infraestrutura ou expertise.
“Você precisa saber quem faz o que, o que entra, o que sai, onde há gargalo. Sem isso, qualquer tentativa de melhoria vira palpite.”
Além disso, ele destaca que o timing de dezembro permite que a empresa entre em janeiro “com menos improvisação e mais escala”.
“Consultoria entrega o ‘como’, mas o sucesso depende da empresa seguir o que foi estabelecido — e isso exige disciplina. Disciplina no topo gera adesão na equipe, e cultura define se um processo vira rotina ou volta à bagunça.”
Para as empresas que querem fazer de 2026 um ano de crescimento estruturado, o recado é claro: não deixe para o primeiro dia do ano aquilo que pode começar a ser construído hoje.
Começar em dezembro significa garantir que a engrenagem estará alinhada, acionada e pronta para rodar — e não apenas reagindo.