Por Michele Farran, empresária e fundadora da Cannabis Company
O ano de 2026 chega com perspectivas sólidas para o setor de cannabis medicinal no Brasil. Depois de um período marcado por avanços regulatórios, ampliação do acesso e crescente interesse da comunidade médica, entramos em uma fase decisiva: a consolidação.
Atuo diariamente na linha de frente desse segmento — à frente da Cannabis Company, a primeira farmácia do país a trabalhar exclusivamente com canabidiol a pronta entrega — e observo de perto o que pacientes, médicos e a indústria esperam do futuro. E não tenho dúvidas: estamos prestes a assistir a um dos maiores saltos estruturais deste mercado emergente.
Um dos pontos centrais para o próximo ano é a expectativa de atualizações importantes na RDC 327/2019, norma que rege o mercado nacional de cannabis medicinal. A regulação avançou muito nos últimos anos, mas ainda há ajustes necessários para garantir mais segurança jurídica, previsibilidade às empresas e, principalmente, acesso mais amplo e menos burocrático para os pacientes.
A consolidação dessa regulamentação tem potencial para destravar gargalos, atrair novos investimentos e permitir que profissionais de saúde atuem com mais clareza e respaldo técnico. Esperamos, também, que haja formação de mais médicos especialistas, com maior habilidade e conforto para prescrever, acompanhar e orientar tratamentos com canabinóides.
Outro movimento que deve se intensificar em 2026 é o avanço da indústria farmacêutica na área da cannabis medicinal. Já acompanhamos indicativos de laboratórios nacionais e internacionais que estão trabalhando em novas formulações, mais modernas, estáveis e específicas para diferentes condições clínicas.
Com o crescimento das pesquisas — tanto no Brasil quanto fora dele — teremos acesso a medicamentos mais inovadores, capazes de atender perfis variados de pacientes. Esse cenário aponta para algo ainda mais transformador: a popularização e diversidade de produtos deverá, de maneira natural, resultar na redução dos preços.
Mais opções geram competitividade, inovação e democratização do acesso, um passo fundamental para que o CBD deixe de ser uma alternativa restrita e se transforme, de fato, em um recurso acessível à população brasileira.
O mercado, inclusive, aponta para um crescimento bilionário. Projeções nacionais estimam que o setor da cannabis medicinal possa alcançar entre R$ 2 e R$ 6 bilhões nos próximos anos, um indicativo claro de maturidade e expansão.
Esse avanço virá acompanhado, inevitavelmente, da abertura de novas farmácias especializadas, do fortalecimento das empresas que trabalham com rigor regulatório e da ampliação da base de pacientes em tratamento.
A população está, sim, mais informada — mas ainda há um longo caminho a percorrer no combate ao estigma. É justamente aqui que a responsabilidade das empresas do setor se torna ainda maior: educar, orientar e desmistificar.
Na Cannabis Company, nosso foco para 2026 segue esse movimento de crescimento com responsabilidade. Planejamos expandir para outras cidades e estados, levando o atendimento humanizado, dedicado e técnico que hoje oferecemos em Curitiba.
Queremos estar cada vez mais próximos dos pacientes, trabalhando lado a lado com a indústria para garantir que os produtos mais modernos, certificados e seguros estejam disponíveis a quem precisa. Faremos isso com a mesma filosofia que nos trouxe até aqui: unir acolhimento, conhecimento e rigor científico.
Por fim, 2026 deve ser o ano em que o Brasil dá passos decisivos rumo à maturidade do mercado de cannabis medicinal. Com ajustes regulatórios, queda de preços, avanços na pesquisa, maior adesão médica e popularização do tema, construiremos um cenário mais justo, mais acessível e mais alinhado às necessidades reais dos pacientes.
Se hoje falamos de potencial, amanhã falaremos de realidade. E nós, enquanto empresas pioneiras, temos a responsabilidade e o privilégio de ajudar a construir esse futuro.