O mercado de coworkings no Brasil passa por uma mudança. Após uma década de consolidação dos modelos tradicionais, focados em estações de trabalho, salas privativas e infraestrutura corporativa, surge uma nova abordagem que integra convivência, hospitalidade e experiência.
Trata-se de um formato ainda pouco explorado no país, no qual o coworking funciona como clube, com curadoria de conteúdo, arquitetura afetiva e programação contínua.
Entre os primeiros projetos estruturados nesse modelo está o Nex House, de Curitiba, um espaço que incorpora elementos de clube social à rotina de trabalho.
Instalado em uma casa histórica e toa restaurada, o projeto apresenta ambientes com texturas naturais, áreas verdes e salas que evocam a sensação de lar, um contraste direto com o padrão corporativo que marcou a primeira geração dos coworkings.
“Esse reposicionamento acompanha o desempenho positivo do grupo Nex, que registrou crescimento de 20% no faturamento entre 2024 e 2025, impulsionado pela demanda por espaços mais completos e orientados à experiência. Para 2026, a projeção é de um avanço adicional de 15%, sustentado pela consolidação desse novo formato”, destaca André Pegorer, fundador do Grupo Nex.
Desde sua abertura, o Nex House demonstra tração: em apenas 60 dias de operação, já contabiliza 40 membros ativos, realizou mais de 15 eventos e recebeu mais de 2 mil pessoas em sua programação cultural, gastronômica e criativa.
“A realização de diferentes eventos reforça o espaço como ponto de encontro de uma comunidade em formação. A meta é chegar a 120 membros em 2026, mantendo uma estratégia de crescimento orgânico, com vagas limitadas e foco em qualidade de experiência”, explica Pegorer.
Para o fundador do Nex, o movimento reflete uma mudança real no comportamento do público. “As pessoas não querem apenas um lugar para trabalhar. Elas querem espaços que acolham, criem repertório e favoreçam boas relações. O Nex House nasce justamente dessa percepção”, ressalta.
A arquitetura também desempenha papel central no conceito. O projeto preserva elementos originais do imóvel histórico e introduz camadas de textura, luz natural e convivência.
“A ideia era criar uma casa viva, na qual o trabalho convive com arte, pausa e troca. A arquitetura aqui não é cenário: ela faz parte da experiência”, destaca Pegorer.
Com uma combinação de comunidade, programação contínua e narrativa estética cuidadosamente construída, o Nex House desponta como um dos primeiros exemplares brasileiros de coworking-clube, um formato que amplia o papel dos espaços de trabalho e redefine como profissionais se relacionam com suas rotinas.
“Crescer com propósito, mantendo a essência da casa e a qualidade das relações, é o que guia nosso modelo de negócio”, completa o empresário.