A Secretaria de Estado do Turismo (Setu) divulgou os resultados da primeira pesquisa estadual sobre turismo rural, realizada em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).
O levantamento mapeou 249 empreendimentos em 16 dos 18 territórios turísticos do Estado e identificou o perfil dos empreendedores, características da oferta, comportamento da demanda e oportunidades de desenvolvimento do setor nos municípios.
O estudo mostra que o turismo rural já é uma atividade estruturada e em expansão no Estado. Para 57,3% dos empreendimentos, o turismo é atividade complementar, integrada a outras práticas produtivas das propriedades.
Ainda assim, 42,7% já têm o turismo como principal fonte de renda, o que evidencia o avanço do setor como eixo econômico no meio rural.
“O Paraná dispõe de um turismo rural autêntico, diversificado e com forte ligação com as famílias que vivem e produzem no campo. Esse diagnóstico orienta políticas públicas e nos ajuda a fortalecer ainda mais o setor”, afirma o secretário de Estado do Turismo, Leonaldo Paranhos.
De acordo com o levantamento, 55% dos empreendedores possuem ensino superior e 84,7% têm origem familiar na zona rural, muitas vezes há várias gerações. A pesquisa também mostra que 60,2% atuam no turismo há mais de três anos, o que indica experiência consolidada e continuidade na atividade.
A maioria fez investimentos recentes: 82,9% fizeram melhorias de infraestrutura, 53,3% investiram em ambientação e 45,5% em acessibilidade. Em relação à formalização, 72,7% possuem CAD/PRO, 64,3% têm CNPJ e 58,2% estão cadastrados no Cadastur.
As propriedades recebem principalmente famílias (81,5%), casais (73,5%) e grupos de amigos (63,9%). O turismo pedagógico também tem presença significativa: 62,7% já recebem estudantes.
As principais atividades oferecidas pelas propriedades são alimentos e bebidas (71,5%), lazer e recreação (42,6%) e eventos (31,3%). A capacidade de atendimento varia: 34,7% comportam até 30 visitantes simultaneamente, e 12,5% têm estrutura para mais de 300 pessoas.
A comunicação digital está consolidada no setor. O WhatsApp é utilizado por 97,6% dos empreendimentos, seguido das redes sociais (96,4%). O Instagram é a principal plataforma de divulgação, com 81,9% de uso frequente. Já as plataformas de reserva ainda são pouco exploradas: apenas 21,8% utilizam ferramentas como Airbnb e Booking.
A pesquisa identificou pontos para desenvolvimento. Quanto à integração em rotas turísticas, 35,3% dos empreendedores ainda não participam de nenhuma.
Sobre sinalização, 64,7% apontam ausência de placas turísticas como desafio. Também foram identificadas demandas por capacitação em marketing digital (46,5%) e gestão financeira (38,6%).
Segundo o secretário Leonaldo Paranhos, os dados reforçam a necessidade de ações integradas entre Estado, municípios e empreendedores.
“A pesquisa mostra caminhos importantes para estruturar rotas, melhorar infraestrutura, orientar capacitações e ampliar a comercialização do turismo rural. Temos um setor em crescimento e com grande potencial para gerar renda e fortalecer as economias locais”, destaca.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, ressalta que o avanço do turismo rural no Paraná está diretamente ligado à melhoria contínua da infraestrutura no campo.
Segundo ele, o Estado tem buscado integrar políticas públicas que unam produção, sustentabilidade e desenvolvimento regional, criando condições para que mais famílias diversifiquem suas atividades e ampliem sua renda. Nesse sentido, ele ressalta a importância dos investimentos em trafegabilidade rural.
“Com o Estrada Boa, o Governo do Estado está investindo R$ 5 bilhões para preparar a infraestrutura que o turismo rural precisa para crescer: estradas pavimentadas que facilitam o acesso às propriedades, fortalecem a agricultura e geram mais renda no campo”, afirma Marcio Nunes.
