Os produtos e serviços ligados ao turismo registraram inflação de 1,64% no Brasil em novembro, resultado bem acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) geral, que foi de 0,18% no mesmo período.
Em Curitiba e Região Metropolitana, a Cesta de Consumo do Turismo também apresentou alta de 1,23%, frente a uma inflação geral de 0,16% na capital paranaense.
De acordo com o Boletim da Cesta do Turismo, indicador elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), o principal fator de pressão sobre os preços do turismo tem sido o aumento das passagens aéreas, impulsionado pela proximidade da temporada de fim de ano, quando cresce a demanda por viagens em todo o país.
O movimento afeta tanto o cenário nacional quanto o estadual, embora com intensidades distintas.
No recorte nacional, as passagens aéreas lideraram as altas de novembro, com avanço de 11,90%. Na sequência, ficaram o transporte por aplicativo, com elevação de 5,02%, a hospedagem, que subiu 4,09%, e os pacotes turísticos, com aumento de 3,86%.
Em sentido oposto, alguns itens ajudaram a conter a inflação do setor, como o transporte ferroviário, que registrou queda de 3,63%, o aluguel de veículos, com recuo de 2,32%, e o preço do sorvete, que apresentou leve redução de 0,29%.
Em Curitiba e Região Metropolitana, o comportamento foi semelhante, mas com variações um pouco mais moderadas. As passagens aéreas tiveram alta de 10,40%, seguidas pelos pacotes turísticos, com aumento de 3,22%, e pela hospedagem, que avançou 2,88%.
As principais quedas de preços no mês foram observadas no subitem sorvete, com recuo de 1,60%, e em estacionamento, que apresentou diminuição de 1,09%.
Apesar das pressões pontuais, os indicadores acumulados mostram um cenário mais favorável para o Paraná. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, a inflação do turismo em Curitiba foi de 5,03%, abaixo da média nacional, que alcançou 6,88%.
Nos últimos 12 meses, a diferença é mais evidente: enquanto a inflação do turismo no Brasil chegou a 8,65%, no Paraná o índice ficou em 5,86%.
Para o assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, esse desempenho reforça a competitividade do estado no cenário turístico nacional.
“Os índices de inflação do turismo abaixo da média brasileira são muito positivos para o Paraná, pois posicionam o estado como um destino mais acessível, especialmente em um período de maior procura, como o fim de ano”, avalia.
O economista destaca ainda que esse cenário é resultado de um conjunto de fatores estruturais.
“Com preços relativamente mais controlados e uma agenda consistente de investimentos em infraestrutura, serviços e promoção dos destinos, a expectativa é de que o Paraná ganhe ainda mais destaque na temporada de verão. A combinação entre competitividade de custos e melhoria da experiência turística tende a favorecer o fluxo de visitantes e a consolidar o estado como uma opção atrativa no turismo nacional nos próximos meses”, destaca.
