As vendas do varejo paranaense voltaram a ganhar ritmo a partir de outubro, sinalizando o início do movimento característico do fim de ano. É o que aponta a Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), que registrou alta de 6,04% no volume de vendas na comparação com setembro, com destaque para segmentos ligados ao consumo sazonal motivado pelo Dia das Crianças e a bens duráveis.
O avanço foi puxado principalmente por livrarias e papelarias, que apresentaram crescimento de 11,16%, seguidas por móveis, decoração e utilidades domésticas (10,31%), concessionárias de veículos (10,29%) e lojas de departamentos (9,30%).
O desempenho reflete tanto a preparação do comércio para o fim do ano quanto a recomposição pontual da demanda após meses de maior cautela do consumidor.
A interrupção do ciclo de altas da taxa básica de juros pelo Banco Central contribuiu para reaquecer a intenção de compra de bens de maior valor, especialmente aqueles que dependem de financiamento, como veículos e itens para o lar.
Ainda assim, o patamar elevado da taxa de juros, atualmente em 15%, seguiu limitando o consumo ao longo de 2025, sobretudo entre os paranaenses, tradicionalmente mais prudentes diante de cenários econômicos menos favoráveis.
Na comparação com outubro de 2024, o varejo paranaense apresenta retração de 3,35%, evidenciando a desaceleração do comércio devido as dificuldades na obtenção de credito.
No acumulado parcial de 2025, considerando o período de janeiro a outubro, o varejo do estado teve perdas de 1,07%, especialmente nos setores de móveis, decorações e utilidades domésticas (-11,33%), calçados (-8,23%) e material de construção (-7,59%).
Desempenho regional
Na análise mensal, a Região Oeste liderou o crescimento das vendas em outubro, com alta de 7,36%, seguida por Curitiba e Região Metropolitana, que avançaram 6,90%. O resultado nessas localidades foi influenciado, em grande medida, pelas vendas associadas ao Dia das Crianças.
Também houve desempenho positivo em Londrina (4,56%), Ponta Grossa (4,12%) e Maringá (3,91%). No Sudoeste, o avanço foi mais discreto, de 0,19%.
Já na comparação com outubro de 2024, todas as regiões registraram queda nas vendas. As retrações mais acentuadas ocorreram justamente nas regiões que lideraram o crescimento mensal: Curitiba e Região Metropolitana (-3,68%) e Oeste (-3,29%).
Também houve recuo em Maringá (-3,20%), Londrina (-3,09%), Sudoeste (-0,97%) e Ponta Grossa (-0,29%).
No acumulado de janeiro a outubro, apenas Ponta Grossa apresenta crescimento, ainda que moderado, de 0,93%. Em Curitiba e Região Metropolitana, o volume de vendas permanece praticamente estável, com variação positiva de 0,07% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Nas demais regiões, o cenário segue negativo: Oeste (-3,21%), Londrina (-2,51%), Maringá (-2,17%) e Sudoeste (-0,15%).