Por Bárbara Kohut, especialista de produto da Infobip
O ecossistema de startups no Brasil tem se mostrado vibrante e dinâmico, desempenhando um papel fundamental no impulso da inovação, na criação de empregos e no desenvolvimento econômico. Nos últimos anos, o país viu um aumento significativo no número de startups, em 2015 eram pouco mais de 4 mil e hoje já são mais de 12 mil de acordo com a Associação Brasileira de Startups, ou seja, um salto de mais de 200% no entre essas companhias que estão revolucionando setores tradicionais e criando novos mercados com soluções inovadoras. E de que forma as empresas tradicionais podem se inserir nesse meio?
Para que esse ambiente continue a crescer e se fortalecer, é essencial que as corporações já consolidadas se envolvam ativamente no fomento de novas empresas. Esse apoio pode formar um ciclo virtuoso que não só movimenta a economia, mas também desenvolve profissionais e soluções tecnológicas avançadas.
As startups são conhecidas por sua capacidade de inovar rapidamente e adaptar-se às mudanças do mercado com agilidade. Elas frequentemente introduzem novas tecnologias e modelos de negócios que desafiam o status quo, forçando até mesmo as grandes organizações a repensarem suas estratégias. No Brasil, startups têm se destacado em setores como financeiro, agrícola, editorial, meio ambiente e de saúde, oferecendo soluções que vão desde pagamentos digitais a melhorias na produtividade rural.
O papel das empresas consolidadas
Empresas já estabelecidas no mercado possuem recursos, experiência e redes de contatos que podem ser extremamente valiosas para startups em crescimento. Ao se envolverem no ecossistema de startups, essas empresas podem desempenhar vários papéis fundamentais, a começar pelo financeiro, por meio de investimentos diretos, como venture capital ou corporate venture capital, as empresas podem fornecer o capital necessário para que startups escalem suas operações e acelerem seu crescimento.
Além disso, é possível apoiar com mentoria e conhecimento, compartilhando experiências. Executivos seniores podem oferecer lições sobre gestão, estratégias de mercado e práticas operacionais. Colaborações entre startups e grandes empresas podem levar à criação de novos produtos e serviços, além de abrir novos mercados. As empresas maiores podem integrar tecnologias inovadoras desenvolvidas por startups em suas operações, ao mesmo tempo em que oferecem a essas startups acesso a seus canais de distribuição e bases de clientes.
Na Infobip, por exemplo, procuramos participar ativamente desse contexto com um programa que batizamos de Startups Tribe e, como uma empresa global e que chegou ao status de unicórnio, temos participantes no mundo todo, e muito a colaborar. Na América Latina 53 empresas são apoiadas, sendo 21 no Brasil. Somente em Curitiba temos três startups participantes. Trabalhamos com essas startups e fornecemos todas as ferramentas à nossa disposição para garantir que tenham sucesso em sua missão.
Esse engajamento não só beneficia as startups, mas também traz vantagens significativas para as empresas maiores e para a economia como um todo. Ao colaborar com startups, as companhias podem se manter na vanguarda da inovação, garantindo que suas ofertas permaneçam competitivas e relevantes no mercado.
Para completar, startups são um celeiro de novos talentos, especialmente em áreas de tecnologia e inovação. Ao apoiar esse segmento, as corporações ajudam a formar e reter esses talentos, que são essenciais para o desenvolvimento contínuo da indústria. Um ecossistema de startups robusto contribui para o crescimento econômico ao criar empregos, aumentar a produtividade e estimular o empreendedorismo.
No Brasil, o ecossistema de startup possui um enorme potencial de transformação e crescimento. No entanto, para que esse potencial seja plenamente realizado, é essencial que empresas consolidadas reconheçam seu papel no fomento desse mercado. Investindo em startups de alguma maneira, essas empresas não só ajudam a fortalecer essa rede, mas também garantem seu próprio futuro em um mercado cada vez mais competitivo e inovador. Esse ciclo virtuoso, movido pela colaboração e pelo investimento mútuo, tem o poder de transformar a economia brasileira, desenvolvendo profissionais, soluções e impulsionando o progresso econômico e social.