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Vale da morte ainda domina o início das startups

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Foto: DC Studio / Freepik

Sete em cada dez startups brasileiras iniciam a jornada sem gerar receita. O dado revela o tamanho do desafio da fase de validação no país, etapa em que a empresa já demanda esforços de produto e operação, mas ainda não encontrou um modelo econômico capaz de se sustentar.

É nesse momento que se concentra o maior risco de mortalidade do ecossistema. A constatação faz parte de um levantamento do Observatório Sebrae Startups, que analisou informações de mais de 15 mil empresas inovadoras atendidas ou cadastradas no ambiente Sebrae em todo o país.

O estudo acompanha a evolução financeira dos negócios ao longo de quatro estágios de maturidade e mostra como a taxa de sobrevivência muda quando a startup consegue comprovar demanda real.

Na fase de validação, 74% das startups não faturam. Apenas 17% geram alguma receita, até R$ 81 mil ao ano, e menos de 9% ultrapassam esse patamar.

“Essa é a fase mais crítica para o empreendedor. É quando ele precisa validar se o produto, serviço ou solução realmente tem aderência no mercado. Muitas startups acabam falhando justamente aqui, por não conseguirem comprovar que há demanda suficiente para sustentar o negócio. Quando essa validação é bem feita, elas conseguem estruturar a operação, gerar tração e partir para a escala”, explica Cristina Mieko, Head de Startups do Sebrae.

Quando conseguem avançar para o estágio de tração, o cenário se transforma: apenas 11% permanecem sem receita, enquanto 68% já faturam até R$ 360 mil anuais.

A curva se torna ainda mais favorável no crescimento, quando apenas 5% seguem sem faturamento e parte das empresas passa à faixa entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões por ano.

No estágio final, de escala, 77% das startups já superam esse primeiro marco e 35% ultrapassam R$ 4,8 milhões anuais, evidenciando maior maturidade e sustentabilidade.

Os dados mostram que o país tem capacidade de gerar startups competitivas, mas o gargalo permanece no início da jornada, quando a monetização ainda não se comprova e o empreendedor precisa atravessar o chamado “vale da morte”.

O Observatório indica que o avanço sustentável depende da maturação do modelo de negócios ainda nas fases iniciais, etapa que define se o projeto vai conseguir chegar aos estágios de crescimento e escala.

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Editora-chefe do Economia PR. Fundadora da BASIS Comunicação. Community Manager. Acelerada Camila Renaux. Consultoria em Comunicação Estratégica. Prêmio Sangue Bom de Jornalismo (SINDIJOR PR 2014)

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