A proximidade de um novo ciclo econômico tem levado empresas a revisarem seus modelos de gestão para garantir um início de ano mais sustentável. Especialistas em finanças e estratégia empresarial afirmam que decisões tomadas no último trimestre impactam diretamente o comportamento do caixa nos primeiros meses de 2026.
Orçamento, precificação e controle de indicadores estão entre os principais pontos de atenção para líderes que buscam reduzir riscos e iniciar o ano com estabilidade.
A revisão do orçamento deve considerar não apenas projeções de receita, mas também o comportamento real das despesas fixas e variáveis ao longo de 2025, a capacidade operacional e a margem de contribuição dos produtos ou serviços.
A etapa seguinte, diretamente ligada à saúde financeira, é a reavaliação dos preços praticados. Algo recorrente é que em muitos negócios, a defasagem entre custo atualizado e preço final é um dos fatores que mais compromete o resultado do caixa.
Para Kleber Amora, especialista em estratégia empresarial e CEO da Berry Consultoria, a atenção às métricas financeiras deve ser redobrada nesse período.
“Entrar em um novo ano com clareza sobre números é o que diferencia empresas que apenas sobrevivem daquelas que crescem. Quando os empresários revisam seus indicadores, entendem a real rentabilidade e ajustam preços com base em dados, o caixa responde. Não se trata apenas de planejar, mas de corrigir distorções que se acumulam ao longo do ano”, afirma.
Outro ponto de alerta é a gestão do capital de giro. A recomendação é que empresas reforcem previsões de entradas e saídas, mapeiem períodos de maior pressão financeira e avaliem alternativas de redução de custos operacionais sem comprometer a entrega ao cliente.
A prática ajuda a evitar meses críticos, especialmente no início do ano, quando despesas sazonais costumam pressionar o fluxo de caixa.
O movimento de antecipação tem se tornado prioritário em empresas de diferentes portes, especialmente aquelas que passaram por crescimento acelerado.
“A orientação é que o planejamento final de 2025 seja acompanhado de análises frequentes dos indicadores de margem, inadimplência, prazo médio de recebimento e eficiência dos processos internos, garantindo que ajustes sejam feitos de forma estratégica e não reativa”, indica o especialista.