A competição mais aguardada do ano para o Grupo Cataratas de Eficiência Energética (GCEE) de Foz do Iguaçu chegou: a Shell Eco-marathon Brasil. A equipe, formada por acadêmicos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), participam da maratona de 27 a 30 de agosto, no Pier Mauá, Rio de Janeiro, contribuindo a criação de soluções e tecnologias em energia limpa.
A competição desafia jovens a pensar, desenhar e construir protótipos de carros ultraeficientes e em seguida, levá-los para competir na pista. Com disputas nas categorias Etanol, Gasolina, Bateria Elétrica e Hidrogênio, a Shell Eco-marathon Brasil tem como proposta completar o percurso com maior eficiência energética (menor consumo). Nesta edição de 2024, a maratona recebe equipes de estudantes de várias cidades do Brasil e de países como Bolívia, Colômbia, México e Peru.
A equipe de Foz do Iguaçu, que conta com 22 universitários dos cursos de Engenharia Elétrica, Mecânica, Energia e Ciência da Computação, leva para a maratona dois protótipos de veículos, um deles movido a bateria elétrica e o outro 100% com hidrogênio verde. A construção dos carros ocorreu nos laboratórios do Itaipu Parquetec, por meio de um Projeto de Extensão do Centro de Engenharias e Ciências Exatas (CECE) da Unioeste, iniciado em 2009 e que segue ao logo dos anos evoluindo no desenvolvimento dos projetos.
De acordo com a capitã do grupo e estudante de Engenharia Elétrica da Unioeste, Ana Lúcia, o objetivo é tornar os veículos cada vez mais eficientes, reduzindo o consumo de combustíveis e gerando benefícios para a sociedade na questão da sustentabilidade.
“O hidrogênio já é uma energia limpa e conseguimos melhorar ainda mais, fazendo com que ele seja mais eficiente e diminuindo os custos para a produção desse combustível, possibilitando com que todos tenham acesso a ele avançando o tema de descarbonização da frota que é tão importante”, explicou.
O hidrogênio verde, fonte do combustível do veículo desenvolvido pelo Grupo Cataratas de Eficiência Energética, é produzido na Planta Experimental do Itaipu Parquetec, implementada em 2011 para o desenvolvimento de tecnologias aplicadas à produção, armazenamento e conversão do hidrogênio. Além de contar com toda a infraestrutura de equipamentos para a produção, armazenamento e aplicação do hidrogênio verde, também possui experiência técnica para apoiar nacionalmente pesquisas e projetos inovadores e sustentáveis para a integração na matriz energética brasileira.
Para a co-capitã do GCEE e aluna do curso de Engenharia Mecânica da Unioeste, Giulia Demarchi, o projeto dos veículos vem para demonstrar a viabilidade do hidrogênio como combustível e ampliar as pesquisas para essa área no Brasil.
“Somos a única equipe brasileira que competirá na categoria hidrogênio. Isso mostra que no Itaipu Parquetec, tendo a Planta de Hidrogênio Verde, é possível que a tecnologia do hidrogênio pode ser implantada em carros do nosso cotidiano, podendo melhorar ainda mais a sustentabilidade, o carbono zero e a mobilidade verde”, disse.
O subcoordenador do projeto e professor da Unioeste, Fernando José Gaiotto, destacou que a iniciativa une a pesquisa, ensino e extensão em um único projeto e os resultados obtidos demonstram a dedicação e competência dos estudantes.
“Ficamos felizes ao ver o desempenho dos participantes e forma com que eles começaram a construção dos veículos há um ano. Foi possível graças ao apoio de pessoas e patrocinadores que acreditaram na ideia que eles trouxeram em propor um carro eficiente movido a hidrogênio e aplicar o hidrogênio verde que é produzido no Itaipu Parquetec. Hoje temos um projeto de extensão que integra a Unioeste e a UNILA pelo objetivo de colocar nas ruas um veículo protótipo de hidrogênio e o primeiro produzido no Brasil a competir na Shell Eco-marathon”, ressaltou.
Segundo o diretor superintendente do Itaipu Parquetec, Professor Irineu Colombo, o Parque Tecnológico se orgulha em apoiar o conhecimento, a inovação e sustentabilidade.
“O desenvolvimento de projetos e construção de veículos de eficiência energética, elétricos e a hidrogênio refletem em nossa missão de transformar conhecimento e inovação em bem-estar social. São pesquisas e avanços que agregam benefícios tanto para os acadêmicos, quanto para o meio ambiente e o futuro da sociedade”, afirmou.