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Municípios brasileiros adotam IA para resolver desafios urbanos diários

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Foto: Divulgação

Com mais de 92% dos lares do Brasil conectados à Internet, de acordo com a PNAD Contínua de 2023, a presença da inteligência artificial (IA) no cotidiano nacional já é uma realidade.

Segundo pesquisa da Opinion Box, este ano, cerca de 90% dos brasileiros já experimentaram algum tipo de IA, e 37% a utilizam diariamente, seja para o trabalho, estudos ou demais atividades.

Nesse cenário, a era da conectividade vem impactando não só a rotina do setor privado e da população em geral, mas também a administração pública de diversas cidades ao redor do país e do mundo.

Com o crescimento acelerado das cidades e o surgimento de desafios cada vez mais complexos, a IA tem ganhado espaço como ferramenta essencial para tornar a gestão pública mais ágil e eficaz.

“A inteligência artificial permite que gestores públicos analisem grandes volumes de dados em tempo real, desde a previsão de desastres naturais até o monitoramento de problemas cotidianos, como buracos e iluminação pública, o que permite uma administração proativa dos municípios”, afirma Paulo Machado, diretor executivo da Mapzer, startup curitibana que utiliza IA para mapear problemas urbanos.

Depois da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, a Mapzer contribuiu para a reestruturação do estado, mapeando mais de 144 mil problemas tanto na capital quanto em Lajeado e São Leopoldo.

Através de veículos equipados com inteligência artificial, a empresa faz uma “ressonância” das ruas, permitindo às prefeituras resolverem problemas como buracos, lixo irregular e falhas na iluminação pública de forma mais ágil e eficaz.

A tecnologia que já roda em diversos municípios, e recentemente expandiu suas operações para o período noturno, monitorando também áreas de baixa luminosidade e lâmpadas queimadas.

“Com o monitoramento noturno, conseguimos otimizar a infraestrutura e melhorar a segurança pública, tornando as cidades mais seguras e organizadas. Acreditamos que a IA tem o poder de tornar a gestão urbana proativa ao invés de reativa, e transformar a vida das pessoas, preparando as cidades para um futuro mais sustentável”, destaca o diretor executivo.

Outro exemplo está na Secretaria da Fazenda de São Paulo, onde a robô digital Sofia auxilia servidores no atendimento, fornecendo informações rápidas sobre temas como IPTU, ITBI e taxas municipais.

No Rio de Janeiro, o projeto Refloresta Rio, que atua na recuperação de áreas verdes desde 1980, incorporou um “drone semeador” equipado e pilotado por IA para dispersar cápsulas de sementes nativas em Campo Grande, na Zona Oeste da capital fluminense, contribuindo para o reflorestamento e ajudando a mitigar os impactos das ondas de calor na cidade.

Com a recente crise das queimadas no Brasil, a atenção se voltou para o monitoramento da qualidade do ar, que tem se tornado mais eficiente com o uso de redes de sensores que captam e analisam amostras, informando a população em tempo real sobre os níveis de poluição.

Esses sistemas também ajudam a identificar riscos ambientais, como focos de incêndio perto de florestas. Além disso, o Brasil pode expandir o uso da IA para enfrentar eventos climáticos extremos.

Com base no modelo do COR Rio, que já conta com mais de 3.600 câmeras e monitoramento 24 horas por dia no Rio de Janeiro, qualquer cidade brasileira pode implementar centros de operações que integram diferentes órgãos e utilizam tecnologias como pluviômetros e radares meteorológicos para monitorar riscos e garantir a segurança das populações.

Na otimização do transporte público e na gestão do tráfego urbano, a inteligência artificial também tem desempenhado um papel crucial.

Em várias cidades, sistemas operacionais ajustam horários de ônibus em tempo real com base no volume de passageiros e número de viagens diárias, permitindo adaptações nos trajetos e maior eficiência no uso de transportes públicos.

Em São Paulo (SP), a parceria entre a prefeitura e o Google, por meio do projeto Green Light, busca reduzir congestionamentos e emissões de CO2. A ferramenta ajusta o tempo dos semáforos com base no tráfego em tempo real, melhorando o fluxo em até 30% e diminuindo a poluição.

Em lugares como o Reino Unido, o periódico The Guardian revelou que, em 2023, oito ministérios já utilizavam algoritmos para auxiliar decisões administrativas.

Já no Brasil, o atendimento ao público é uma das áreas de destaque, onde prefeituras brasileiras utilizam a inteligência artificial para se comunicar com os cidadãos.

Em Recife (PE), por exemplo, os moradores podem acessar rapidamente mais de 650 serviços da prefeitura, desde a poda de árvores até a solicitação de segunda via do IPTU, por meio do portal Conecta Recife, que disponibiliza também um chatbot integrado para direcionar os usuários aos serviços mais adequados, de acordo com sua localização.

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