A Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) tem desempenhado um papel central na modernização dos serviços públicos do Estado. Vinculada ao Governo do Paraná, a companhia é hoje uma das referências nacionais quando se fala em tecnologia aplicada ao setor público.
Com foco em agilidade, inclusão e eficiência, sua atuação tem se estendido das salas de aula aos serviços de mobilidade, passando por iniciativas voltadas à população idosa e ao fortalecimento da gestão pública.
Exemplo recente dessa atuação é a aula inaugural de inclusão digital promovida em parceria com o IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba), voltada a aposentados e pensionistas da Prefeitura de Curitiba.
O curso, parte do programa Vida Nova, ensina os participantes a utilizar a internet e o smartphone com autonomia e segurança. A iniciativa integra o compromisso ESG da Celepar, promovendo inclusão social por meio da tecnologia.
Essa postura inovadora também se reflete em projetos de inteligência artificial (IA) que já impactam a vida de milhares de paranaenses.
Um dos destaques é o chatbot desenvolvido em parceria com o Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER/PR) para informar os cidadãos sobre as obras da Ponte de Guaratuba. A ferramenta interpreta dúvidas dos usuários e fornece respostas precisas com dados oficiais.
A Celepar também marca presença nas salas de aula. Desde 2024, o projeto Aprendiz Inteligente tem revolucionado a Educação de Jovens e Adultos (EJA) em dez escolas estaduais.
Utilizando IA generativa e preditiva, a plataforma personaliza trilhas de aprendizagem com base no desempenho de cada aluno, orientando-os com videoaulas, questões interativas e recomendações sob medida.
Educadores e gestores também ganham relatórios preditivos capazes de estimar o desempenho de turmas inteiras em avaliações como o Enem.
Outro recurso inovador em uso é a Chamada Inteligente, que realiza o reconhecimento facial de estudantes na entrada das escolas estaduais, agilizando a rotina dos professores e garantindo mais tempo em sala de aula.
Já no campo da mobilidade, o aplicativo Detran Inteligente está testando a atualização da foto da CNH via selfie, com uso de tecnologia antispoofing para evitar fraudes.
A companhia também apresentou recentemente sua ampla gama de soluções digitais a gestores públicos, incluindo a plataforma de Gestão de Ouvidoria e o Mural Digital, que aumentam a transparência e o acesso às informações nos municípios.
A presença da Celepar não se limita aos grandes centros. A empresa é parceira da Secretaria de Estado da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA) na Carreta da Inovação, projeto itinerante que leva conhecimento tecnológico a pequenos municípios.
Equipado com óculos de realidade virtual, impressoras 3D e estrutura multimídia, o projeto já percorreu mais de 30 cidades, democratizando o acesso à inovação para jovens e adultos.
Diante desse cenário de protagonismo tecnológico e impacto social positivo, causou surpresa o anúncio do processo de desestatização da Celepar. A medida, conduzida de forma célere e sem ampla consulta pública ou debate técnico com a sociedade civil, tem gerado preocupação entre trabalhadores, especialistas e cidadãos.
“É, no mínimo, contraditório. Enquanto outros estados buscam estruturar empresas como a Celepar, aqui se fala em vendê-la. É como se estivéssemos desmontando um avião em pleno voo, com todos os passageiros a bordo”, avalia o advogado Paulo Jordanesson Falcão, representante do Comitê de Trabalhadores contra a Privatização da Celepar.
O Comitê tem alertado para os riscos de desmonte institucional e perda de controle sobre dados estratégicos da população.
“Não se trata apenas de tecnologia. Estamos falando de soberania digital. A privatização pode significar entregar ao setor privado informações sensíveis dos cidadãos paranaenses, sem as garantias de controle público que uma estatal oferece”, alerta Falcão.
Na avaliação do advogado, o processo de desestatização precisa ser amplamente debatido, com transparência e participação social.
“Como justificar a venda de uma companhia pública que está na vanguarda tecnológica, que promove inclusão digital, leva inteligência artificial para as salas de aula e oferece serviços digitais de excelência à população paranaense?”, questiona.