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Manual de sobrevivência na selva do Algoritmo

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Foto: Patrick Daxenbichler / Getty Images

Trabalhar com comunicação digital é testemunhar – e vivenciar – um mundo de transformações aceleradas. Mais aceleradas do que conseguimos acompanhar, verdade seja dita. Entre tantas novas tecnologias, métodos, técnicas, conceitos, softwares e nomenclaturas, um dos grandes desafios do momento é o famigerado algoritmo. Há quem se arrepie só de ouvir falar. Há quem já tenha desistido de entender.

Mas, para atuar no mundo digital, precisamos compreender o que é o algoritmo (e quais são), e como lidar com ele.

Um algoritmo, em termos simples, é uma programação que determina como um site, aplicativo ou plataforma deve se comportar, usando dados e informações para tomar decisões e mostrar resultados personalizados.

Por exemplo, o algoritmo do Google determina como as pesquisas são exibidas, quais são mais relevantes e por que aparecem nos primeiros resultados. Para isso, ele leva em conta a qualidade do conteúdo, a relevância das palavras-chave e a autoridade do site.

Da mesma forma, existem os algoritmos das mídias sociais (Instagram, Facebook, X, TikTok, Threads, entre outras). Cada um tem uma lógica e um resultado diferente para cada usuário, pois os resultados sempre buscam se aproximar das preferências individuais.

No Instagram, para citar mais um exemplo, os vários algoritmos priorizam conteúdos relacionados às preferências e tendências de comportamento dos usuários, levando em conta com quais assuntos ou formatos cada pessoa interage mais. Sim, são muitas variáveis e, por isso, muita gente tem dificuldade em compreender.

Para quem cria conteúdo, dominar essas ferramentas e usar o algoritmo a seu favor é primordial, especialmente no uso profissional dessas plataformas, visando otimizar a comunicação online e atrair o cliente.

E essa é a palavra-chave que muitos esquecem: comunicação. No afã de aprender tudo sobre o mais-novo-algoritmo-do-momento, os criadores de conteúdo frequentemente se esquecem de que, no fim das contas, estamos falando de comunicação, e a comunicação sempre tem em suas pontas as pessoas.

Para entender de comunicação é preciso, antes de mais nada, entender sobre pessoas.

Então, eu diria que para sobreviver à “selva” do algoritmo, é crucial entender o comportamento humano. Esqueça o vocabulário técnico: seguidores, engajamento, curtidas, viralização… Traga esses conceitos para a esfera humana e pergunte-se:

  • Como as pessoas com quem eu busco me comunicar se comportam?
  • O que elas sentem?
  • Qual linguajar elas utilizam?
  • Quais suas urgências?
  • Onde elas buscam informação?
  • Que tipo de informação elas consomem?
  • O que elas esperam das empresas?
  • Por que elas se tornam clientes de uma determinada marca, em detrimento da outra?
  • Quais tipos de conteúdos tocam suas emoções?
  • Como eu construo relacionamentos genuínos com as pessoas (antes mesmo de tentar vender para elas)?
  • Por que essas pessoas confiariam em mim (ou na minha marca)?

E a lista continua…

Quando expandimos nosso olhar e nos recordamos que as pessoas são de carne e osso, com experiências reais, gostos individuais e a busca por soluções para problemas do mundo real, conseguimos criar uma comunicação mais genuína e humana, que transparece a nossa verdade e cria um elo de confiança, em que cada pessoa se sente vista e ouvida, com todas as suas peculiaridades.

Quando nos lembramos que as pessoas são muito mais que números ou métricas, conseguimos conversar com elas – ainda que por uma tela – com sinceridade, como se fosse um papo presencial.

Portanto, se você quiser aprender sobre os algoritmos, tenho certeza de que, com algumas leituras básicas, você consegue. Mas, se você quiser não apenas dominar os algoritmos, mas principalmente criar relacionamentos com as pessoas, sugiro sempre se lembrar dessa reflexão e ampliar seus estudos – além dos conceitos de negócios e de tecnologia –, também para os conhecimentos sociais e humanos. Mais que aprender a divulgar, é preciso aprender a ouvir.

Afinal de contas, não existem negócios, empresas, vendas ou lucro sem os clientes. E, em última instância, isso é algo que absolutamente todos nós temos em comum: somos todos clientes. Está aí o seu ponto de partida para uma comunicação mais assertiva. Entender o algoritmo será apenas a cereja do bolo.

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Jornalista, especialista em mídias digitais e consultora em comunicação digital e experiência do cliente.

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