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Como o Bookshare quer revolucionar o acesso à leitura no Brasil

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Foto: Divulgação

O acesso aos livros no Brasil ainda é um desafio para muitas pessoas, seja pelo alto custo, pela falta de bibliotecas acessíveis ou por barreiras logísticas. Em um cenário onde a leitura é essencial para o desenvolvimento social e educacional, soluções inovadoras se tornam fundamentais.

Fundado em 2015, o Bookshare surgiu como uma alternativa para democratizar a leitura por meio da economia compartilhada.

A plataforma conecta leitores, permitindo o empréstimo seguro de livros físicos e incentivando um modelo de consumo colaborativo e sustentável. 

À frente desse projeto está Ismael Duarte Pereira, CEO da empresa, que compartilha neste Economia PR Drops os insights por trás da criação do Bookshare, os desafios enfrentados para consolidar a proposta e os planos de crescimento da plataforma.

Confira.

Qual o insight por trás da fundação do Bookshare?

Ismael: O insight por trás da fundação do Bookshare foi a identificação da dificuldade de acesso aos livros no Brasil, seja pelo alto custo, pela falta de bibliotecas acessíveis ou pelo desinteresse gerado por barreiras financeiras e logísticas. Inspirado pelo conceito de sharing economy, o Bookshare surgiu para criar um ecossistema colaborativo, onde pessoas pudessem compartilhar livros físicos de forma segura e organizada, democratizando o acesso à leitura e incentivando o consumo consciente.


Como funciona, na prática, o compartilhamento seguro de livros pelo Bookshare?

Ismael: O Bookshare permite o compartilhamento seguro de livros físicos por meio de um sistema organizado e confiável. Os usuários cadastram seus livros na plataforma, tornando-os visíveis para empréstimo. Qualquer membro pode solicitar um título e, se o pedido for aceito, pode ficar com o livro por até 30 dias, acompanhando o status do empréstimo. Um sistema de rastreamento registra os livros emprestados, garantindo que circulem de forma responsável. Além disso, os leitores podem avaliar e comentar suas experiências, incentivando a troca de conhecimento e fortalecendo a comunidade de leitura dentro da lógica da sharing economy.

O que diferencia o Bookshare de outros modelos de acesso à leitura, como bibliotecas tradicionais e clubes de assinatura? O conceito de economia compartilhada era menos difundido na época. Como foi apresentar essa proposta ao público?

Ismael: O Bookshare se diferencia de bibliotecas tradicionais e clubes de assinatura ao adotar o modelo de economia compartilhada, permitindo que os próprios leitores formem uma rede de empréstimos sem custos adicionais. Diferente das bibliotecas, onde o acervo é fixo e centralizado, ou dos clubes de assinatura, que exigem pagamentos recorrentes, o Bookshare cria um ecossistema colaborativo, onde os livros circulam de forma descentralizada e acessível, ampliando o acesso à leitura sem barreiras financeiras. Quando a proposta foi inicialmente apresentada, o conceito de sharing economy ainda era pouco difundido, e a ideia de emprestar livros entre desconhecidos gerava receios sobre perdas e danos. Para superar essa resistência, o Bookshare estruturou um sistema seguro de rastreamento, controle de prazos e avaliações, criando confiança entre os usuários e mostrando que o compartilhamento pode ser vantajoso para todos. Ao longo do tempo, a aceitação cresceu, impulsionada pela valorização do consumo consciente e pelo desejo de tornar a leitura mais acessível.

A economia compartilhada tem ganhado força. Como você vê esse modelo impactando o mercado editorial no Brasil?

Ismael: A economia compartilhada tem o potencial de transformar o mercado editorial no Brasil, tornando o acesso aos livros mais democrático e incentivando a leitura em um país onde o alto custo ainda é uma barreira significativa. Modelos como o Bookshare promovem um ciclo sustentável de consumo, permitindo que livros físicos circulem mais, reduzindo desperdício e aumentando sua vida útil. Para o mercado editorial, essa tendência pode gerar novos desafios e oportunidades. Por um lado, pode haver uma redução na venda de exemplares individuais, especialmente para leitores com menor poder aquisitivo. Por outro, editoras e livrarias podem se adaptar criando novos modelos de negócios, como edições especiais para compartilhamento, parcerias com plataformas colaborativas e até programas de assinatura baseados na troca e circulação de livros. Além disso, a economia compartilhada estimula o engajamento literário, o que pode impulsionar a procura por novos lançamentos, eventos literários e formatos híbridos de consumo, como a combinação de livros físicos e digitais. No longo prazo, essa transformação pode fortalecer o setor, tornando a leitura mais acessível e incentivando o hábito de ler em todas as camadas da sociedade.

Quais são os planos de crescimento do Bookshare?

Ismael: Os planos de crescimento do Bookshare envolvem a expansão da rede de leitores e parcerias estratégicas para tornar o compartilhamento de livros cada vez mais acessível e eficiente. A curto prazo, o foco está na implementação da plataforma em empresas, instituições de ensino e comunidades, incentivando a leitura como ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional. A médio prazo, a ideia é escalar o modelo, integrando novas funcionalidades, como um sistema de gamificação para engajar os usuários, parcerias com editoras e livrarias para disponibilizar títulos exclusivos e expandir a presença do Bookshare para redes maiores, como associações e cooperativas. No longo prazo, o objetivo é consolidar o Bookshare como a principal plataforma de economia compartilhada voltada para livros no Brasil, conectando leitores em todo o país e incentivando uma cultura de leitura mais inclusiva, sustentável e colaborativa.

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