Por Danilo Vendruscolo, economista e presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu
Há incontáveis discussões sobre limites e potencialidades do desenvolvimento de Foz do Iguaçu. Muitas vezes, são análises que vêm e vão sem deixar algo concreto, porque derrapam ao optar pelo atalho, que é a tentativa de eleger um único e predestinado meio propulsor do crescimento, em detrimento de visões que ampliem possibilidades.
Na ACIFI (Associação Comercial e Empresarial), em conjunto com entidades coirmãs, do meio empresarial e da sociedade civil, juntamente com o poder público, empreendemos o esforço que vai no sentido contrário.
Buscamos abrir oportunidades por acreditarmos na completude, em termos de território e segmentos, que atende pelo nome de integração.
Assim, lançamos a proposta do Plano de Desenvolvimento Econômico da Região Trinacional, para ser uma estratégia congregando 11 municípios da Argentina, Brasil e Paraguai, em um raio próximo de 50 quilômetros.
Juntas, essas localidades, incluindo Foz do Iguaçu, somam um milhão de habitantes e detêm R$ 82 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB).
Guia-nos como farol o projeto Foz em Números, o raio-X mais completo que se tem da realidade socioeconômica da região, o qual descortinou esse cenário promissor, tecnicamente e com dados oficiais.
O Plano de Desenvolvimento Trinacional objetiva desencadear a matriz econômica para as Três Fronteiras.
Para a nossa cidade, é um chamado a aproximar-se dos municípios vizinhos da microrregião Oeste, o que permitirá enxergar setores da economia que se complementam e outros que podem ser desenvolvidos ou fortalecidos.
Os indicadores de crescimento e de qualidade de vida dos vizinhos nos cobram esse olhar.
A integração, a partir de um plano comum, também é uma necessidade com as cidades argentinas e paraguaias, pujantes no agro, comércio e turismo, tecnologia e inovação.
Ciudad del Este, por exemplo, sediará a Paraguay Business Week, com 30 painéis para machmaking a partir de US$ 500 mil, o que só aí perfaz ao menos US$ 15 milhões em negócios.
O setor de maquila no país vizinho, que se expandiu nestes 25 anos, com forte presença de empresas brasileiras de produtos e serviços.
As atividades são variadas, do ramo têxtil — cama, mesa e banho — a produtos para a indústria automobilística. E Foz do Iguaçu forma um corredor em que transitam máquinas e produtos vinculados às maquiladoras.
Os conselhos de desenvolvimento que formam o Codetri, ao formalizarem recentemente esse trabalho conjunto, expressaram que a região trinacional constitui uma mesma comunidade, enfrentando de maneira conjunta potencialidades, desafios e problemas.
Se queremos crescer mais e com qualidade, a integração é o caminho que nos leva longe.
