Vivemos um ponto de virada na comunicação das marcas. Durante anos, o mercado nos ensinou a buscar o “perfeito”: o feed alinhado, o discurso polido, o vídeo sem falhas. Mas a estética da perfeição cansou. E o público, saturado de filtros e fórmulas, começou a valorizar o que é simples, humano e imperfeito.
Em 2026, essa reação ganha nome e força.
O movimento chamado unshittification, um termo que vem do inglês e pode ser traduzido livremente como “desfazer a porcaria” (numa forma mais cordial, mas sabemos o que “shit” realmente quer dizer) surge como uma resposta cultural à saturação digital.
Criado pelo escritor e ativista canadense Cory Doctorow, o conceito descreve a degradação de plataformas e produtos que, com o tempo, se tornam piores para os usuários por priorizarem algoritmos e monetização em vez de experiência real.
Relatórios da McKinsey, Mintel e Euromonitor apontam que a autenticidade será critério central de diferenciação em mercados competitivos.
E não se trata mais de uma palavra da moda: 70% dos consumidores afirmam confiar mais em marcas que compartilham histórias humanas e transparentes, especialmente entre Millennials e Gen Z.
A confiança, aliás, será a nova moeda de troca das relações entre pessoas e marcas. E confiança nasce da vulnerabilidade, não da performance.
As pessoas não querem mais ser impactadas, querem ser tocadas. Não buscam perfeição, buscam verdade. Querem saber o que existe por trás do conteúdo, da empresa e das escolhas.
É por isso que o conteúdo mais eficaz dos próximos anos será o menos polido: o que carrega emoção, espontaneidade e presença real. A criatividade crua e a imperfeição sincera se tornarão sinais de autenticidade — algo que os algoritmos ainda não conseguem reproduzir.
O público quer ver a pessoa por trás da marca. Quer se sentir parte da história. E é justamente aí que mora o novo papel das marcas: deixar de ser heroínas para se tornarem mentoras da jornada do outro.
A coerência entre discurso e prática será o ativo mais valioso. Não basta mais dizer “somos humanos” — é preciso agir com humanidade. E isso passa por assumir falhas, ouvir o público e abrir espaço para a imperfeição que conecta.
Coerência gera confiança — e é a confiança que constrói legado.
É sobre essa virada, entre a perfeição e a verdade, entre o marketing e a humanidade, que falarei no painel “Estratégias que vendem: da marca à mensagem que atrai”, no Delas Summit 2025, no dia 31 de outubro, em Florianópolis, ao lado de Sendy Luz e Bruna Sartori.
As inscrições estão abertas no site oficial do evento: www.delassummit.com.br. Use o cupom DELASEXPANSÃO para garantir desconto exclusivo de 20%.
Porque, no fim das contas, as marcas que permanecem não são as que falam mais bonito: são as que falam com verdade.