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IA não é um destino, e sim, uma jornada

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Foto: Divulgação

Por Guilherme Marcial, diretor de Vendas e Marketing da Teletex 

A ascensão da inteligência artificial não trata apenas de adotar algoritmos sofisticados ou contratar especialistas em ciência de dados, mas de construir uma base robusta, escalável e resiliente que permita à IA operar com eficiência e segurança.

Para as empresas integradoras de tecnologia, esse é o momento de liderar a transformação, orientando seus clientes na construção de ambientes preparados para o futuro. 

O primeiro pilar dessa infraestrutura é o poder computacional. Modelos de IA, especialmente os de aprendizado profundo, demandam processamento intensivo. Isso exige servidores com GPUs de alto desempenho, arquiteturas paralelas e, em muitos casos, acesso a clusters de computação distribuída.  

Nesse contexto, os data centers assumem papel estratégico: devem ser projetados para suportar densidade energética elevada, refrigeração eficiente e conectividade de baixa latência. Segundo a Grand View Research, o mercado global de IA deve crescer a uma taxa impressionante de 37% ao ano até 2030.

Além disso, um estudo da McKinsey Global Institute sugere que a IA pode adicionar aproximadamente US$13 trilhões à economia global até 2030.  Este cenário sinaliza uma demanda crescente por infraestrutura capaz de sustentar esse avanço. 

A segunda dimensão crítica é o armazenamento. A IA consome e gera volumes massivos de dados, e a capacidade de armazenar, acessar e processar essas informações com baixa latência é fundamental.

E até aquele ‘por favor’ e ‘obrigado’ que você diz para a IA consome espaço. Soluções de armazenamento devem ser otimizadas para dados não estruturados, com sistemas que suportem alta disponibilidade, redundância e velocidade de leitura/escrita. 

Tecnologias como data lakes e storage definidos por software ganham protagonismo nesse cenário, e os data centers precisam estar equipados com arquiteturas que suportem esse tipo de demanda, com escalabilidade horizontal e integração com plataformas de nuvem. 

A conectividade também desempenha papel central, especialmente com a latência, paralelismo e largura de banda na transmissão de dados, que pode comprometer a performance de aplicações de IA, especialmente em ambientes industriais ou de edge computing.

Redes de alta velocidade, combinadas com protocolos otimizados para transferência de dados, são essenciais.  

Além disso, a arquitetura de rede precisa ser pensada para suportar cargas variáveis e picos de demanda, com mecanismos de balanceamento e redundância. Data centers modernos devem oferecer interconexões diretas com provedores de nuvem e redes privadas, garantindo performance e segurança. 

Outro aspecto muitas vezes negligenciado é a governança de dados. A qualidade, integridade e rastreabilidade dos dados alimentam diretamente a eficácia dos modelos de IA. Isso exige políticas claras de coleta, classificação, anonimização e auditoria.

A conformidade com regulamentações como a LGPD e o GDPR não é apenas uma obrigação legal e os data centers precisam garantir ambientes seguros e auditáveis para armazenamento e processamento desses dados, com certificações que atestem as melhores práticas. 

A segurança cibernética ganha ainda mais relevância em ambientes de IA, pois os modelos podem ser alvos de ataques e os dados utilizados podem conter informações sensíveis. É importante que a infraestrutura incorpore camadas de proteção – desde firewalls e criptografia até sistemas de detecção de anomalias baseados em IA.

Os data centers precisam oferecer ambientes com segurança física e lógica, controle de acesso rigoroso e monitoramento contínuo, além de planos de contingência e recuperação de desastres. 

Por fim, a infraestrutura tecnológica só se torna um diferencial quando está alinhada a uma estratégia clara e é operada por equipes preparadas. É válido que os CEOs fomentem parcerias com universidades, incentivem programas de formação e promovam a visão de inovação contínua. 

A IA não é um destino, mas uma jornada — e começa com uma infraestrutura sólida, inteligente e pronta para evoluir. Com o mercado global de data centers projetado para atingir US$ 3 trilhões até 2029, segundo analistas da Morgan Stanley, sua modernização é um passo essencial para que as organizações possam explorar todo o potencial da inteligência artificial. 

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