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Com apoio do Tecpar, pesquisa propõe soluções sustentáveis para a agricultura

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Foto: Hedeson Alves/TECPAR

Uma pesquisa desenvolvida com o apoio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) apresenta soluções sustentáveis para a agroindústria, unindo produção de energia limpa ao cultivo de hortelã-pimenta, além de conservação de alimentos sem o uso de aditivos sintéticos.

O estudo destaca o potencial do sistema agrivoltaico e de extratos vegetais para promover práticas agrícolas mais sustentáveis, beneficiar pequenos produtores e reduzir o desperdício de alimentos.

O autor é o colaborador do Tecpar Geanesson Alberto de Oliveira Santos e o trabalho fez parte da sua tese de doutorado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Paraná.

O resultado demonstrou a viabilidade de desenvolver novas soluções bioeconômicas para o cultivo de plantas medicinais ou aromáticas e a proteção de frutas altamente perecíveis, prolongando sua vida útil de forma eficaz através de extrato natural de hortelã.

Estas iniciativas representam algumas das premissas fundamentais para que o Paraná atinja os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até o ano de 2030, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis, geração própria de energia e fortalecimento da economia regional.

O diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss, destaca que a o trabalho reforça o compromisso do instituto em investir no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para apoiar o crescimento dos setores produtivo e agrícola do Estado.

“O Tecpar, como empresa pública do Governo do Paraná, tem trabalhado de modo articulado com a academia e o setor privado para fortalecer a inovação. Um exemplo é essa solução que combina ciência, tecnologia e sustentabilidade para fortalecer o setor agroindustrial, beneficiando desde pequenos agricultores até grandes centros de distribuição de alimentos”, observa.  

A planta escolhida para o estudo foi a hortelã-pimenta hibrida (Mentha x piperita L.), bastante comum no Paraná e amplamente utilizada na indústria de alimentos por suas propriedades antioxidantes e antimicrobianas.

O cultivo de mudas foi testado sob diferentes condições: em uma estufa tradicional rural na cidade de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba; em um sistema agrivoltaico montado na garagem solar do câmpus CIC do Tecpar e em ambiente de laboratório com iluminação LED controlada nas cores azul, vermelha e branca fria.

No sistema agrivoltaico, que combina geração de energia com o cultivo de plantas, os módulos fotovoltaicos são instalados sobre as culturas, permitindo que as plantas recebam a luz do sol necessária para crescer, ao mesmo tempo em que geram eletricidade na forma de energia fotovoltaica aproveitada para produção do cultivo LED.

“O cultivo agrivoltaico e a iluminação LED em ambiente de laboratório mostram-se promissores, pois podem influenciar características bioquímicas das plantas. Esses resultados são fundamentais para o desenvolvimento de insumos de aditivos naturais voltados às indústrias de alimento, química e farmacêuticas”, salienta Santos.  

Após a colheita, os resultados mostraram que as folhas in natura de hortelã do sistema agrivoltaico e LEDs tiveram um rendimento de até 18% no processo de transformação para a forma de granulado seco, em comparação as folhas do cultivo tradicional.

Este processamento final prolonga o tempo de prateleira, facilita o transporte e mantém a matéria prima na forma ideal para o processo de produção do extrato natural de maior valor agregrado que o uso na forma in natura.

A partir do pó granulado de hortelã, o pesquisador utilizou um método tradicional de extração utilizando uma solução composta de etanol vegetal e água, alternativa mais sustentável que os métodos com solventes petroquímicos.

O colaborador do Tecpar testou a eficiência dos extratos obtidos após secagem do solvente e diluição em várias concentrações aquosas. Assim, morangos foram imersos para o teste de preservação ao longo de 12 dias.

Esses revestimentos naturais possuem alta atividade antioxidante, com característica que contribuem para prolongar a vida útil e manter o valor nutricional de frutos, uma vez que reduzem o desenvolvimento de fungos e larvas.

O estudo concluiu que o uso dos extratos naturais ricos em hortelã-pimenta prolonga a vida útil de morangos de três a seis dias em relação aos não tratados, dependendo da temperatura de conservação.

Ou seja, a adição do extrato evita o desperdício de alimentos e contribui para a saúde do consumidor ao disponibilizar mais nutrientes, como ocorreu com os morangos ricos em flavonoides.

“Estes resultados representam um avanço na conservação de frutas altamente perecíveis. Com isso, o Tecpar se posiciona na vanguarda de um campo emergente, investigando o impacto da variação climática na produção concomitante de energia e de extratos de metabólitos bioativos, abrindo novas possibilidades para otimizar o manejo agrícola industrial”, pontua o pesquisador.

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