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MelkStad usa automação para extrair o máximo potencial do rebanho leiteiro

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Foto: Divulgação

A Fazenda MelkStad, localizada em Carambeí, está colhendo os frutos de sua aposta na ordenha robotizada. Com 2.200 vacas em lactação, a propriedade produz atualmente 95 mil litros de leite por dia — 84 mil litros no sistema rotativo (média de 42 litros/vaca/dia) e 11 mil litros nos robôs Lely (média de 55 litros/vaca/dia).

A diferença de produtividade, somada a ganhos em eficiência operacional e bem-estar animal, consolida a automação como peça central na estratégia de crescimento da fazenda. 

A implementação dos robôs Lely começou em maio de 2021, quando a MelkStad buscava uma solução para expandir sua produção sem sobrecarregar a estrutura existente.

“O sistema rotativo estava próximo do limite, e os robôs nos permitiram crescer de forma escalonada, com melhor rentabilidade”, explica Júlio Meirelles, gerente da propriedade.

O modelo mostrou-se tão eficiente que a fazenda planeja adotá-lo em toda sua expansão futura.

“É um sistema que combina alta produtividade com sustentabilidade econômica”, afirma. 

A chave do sucesso está no equilíbrio entre frequência de ordenha, lotação por robô e desempenho individual dos animais.

“Não se trata apenas de ordenhar mais vezes, mas de otimizar todo o sistema para extrair o máximo de leite com o mínimo de estresse”, diz Meirelles.

Vacas adaptadas ao robô — principalmente em sua terceira ou quarta lactações — apresentam melhor conformação de tetos, fluxo de leite mais rápido e menor tempo de ordenha, atingindo níveis próximos de seu potencial genético. 

A automação também trouxe mudanças significativas na gestão de pessoas. Enquanto a ordenha rotatória exige equipes maiores trabalhando sob pressão, os robôs demandam menos colaboradores, porém mais especializados.

“Precisamos de técnicos ágeis para manutenção, mas as tarefas diárias são mais tranquilas e precisas”, comenta Meirelles.

O resultado é uma equipe mais estável e motivada, com menor rotatividade e maior satisfação no trabalho. 

No campo do bem-estar animal, os ganhos são igualmente expressivos. O tempo que as vacas passam longe do confinamento cai pela metade em comparação ao sistema rotativo, reduzindo o estresse.

Além disso, os robôs permitem ajustes individuais na alimentação conforme a fase de lactação e identificam com precisão animais que necessitam de manejo específico.

“Tudo isso se reflete em maior consumo de matéria seca, melhor saúde e reprodução”, destaca Meirelles

Para o sócio-diretor da MelkStad, Diogo Vriesman, o maior diferencial da ordenha robotizada está no comportamento das vacas.

“As vacas produzem mais leite porque ficam em paz. Ninguém está conduzindo, tocando ou pressionando o animal o tempo todo, como ocorre na ordenha convencional. Elas comem, deitam ou se dirigem ao robô quando querem. Isso reduz o estresse e melhora muito o temperamento. As vacas dos robôs são ainda mais dóceis do que o restante do rebanho”, afirma. 

Com 1.400 hectares dedicados à produção de alimentos — incluindo culturas como alfafa, milho e soja — e uma equipe de 150 colaboradores, a MelkStad tem bases sólidas para continuar crescendo. A ordenha robotizada será o motor desse avanço, unindo alta tecnologia, bem-estar animal e gestão eficiente.

“Aprendemos muito nos últimos quatro anos e hoje temos um modelo comprovadamente escalável e rentável”, conclui Meirelles.

A lição está clara: no futuro da pecuária leiteira, automação e inteligência de manejo caminham juntas. 

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