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Queda no desemprego entre jovens: a nova realidade do mercado de trabalho

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Foto: GeorgeRudy de Getty Images/Canva

O desemprego entre os jovens brasileiros entre 14 e 24 anos caiu quase pela metade em cinco anos. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apresentados durante o evento “Empregabilidade Jovem Brasil”, em abril desse ano, a taxa que era de 25,2% no último trimestre de 2019 caiu para 14,3% no mesmo período de 2024. O número de jovens sem emprego passou de 4,8 milhões para 2,4 milhões no intervalo. 

Além disso, o número de jovens de 18 a 24 anos que não estudam e nem trabalham caiu para 5,3 milhões — o menor patamar desde o início da série histórica. Outro indicativo foi o crescimento expressivo de estagiários: de 642 mil em 2023 para 990 mil no primeiro bimestre desse ano. 

Para o professor Fábio Iba, coordenador do curso de Recursos Humanos da EAD UniCesumar, a redução do desemprego entre os jovens é resultado de múltiplos fatores, entre eles a retomada da economia pós-pandemia, políticas públicas voltadas para inclusão no mercado de trabalho e, especialmente, a transformação digital.

“Formas flexíveis de ocupação, como o trabalho remoto e os freelances, se adaptaram muito bem ao perfil jovem, que tem mais facilidade com ferramentas digitais”, explica. 

O avanço da educação a distância e o acesso facilitado à qualificação técnica e superior, de acordo com ele, também são apontados como fundamentais.

“A universidade ainda é o principal caminho para ocupações mais qualificadas e melhor remuneração. Com os programas de bolsas e financiamentos, mais jovens puderam buscar essa formação”, afirma o docente. 

Esse panorama se reflete na própria base da Vitru, holding educacional da UniCesumar e da UNIASSELVI: atualmente, 38,21% dos alunos matriculados nos cursos EAD têm entre 18 e 28 anos, pertencentes à geração Z. 

Olhando para o futuro, segundo Iba, o cenário da empregabilidade juvenil tende a se transformar ainda mais com o avanço de grandes movimentos econômicos e tecnológicos. Entre eles, a automação de tarefas e a inteligência artificial, por exemplo, devem impactar profundamente o mercado de trabalho tradicional.

“Funções operacionais estão sendo substituídas por sistemas automatizados, o que exige dos competências mais analíticas, criativas e estratégicas dos jovens. O conhecimento técnico será apenas o ponto de partida. A capacidade de aprender continuamente se tornará o diferencial competitivo”, analisa o especialista. 

Outro ponto destacado pelo professor é a valorização da diversidade, inclusão e flexibilidade, já que, com o crescimento do trabalho remoto e dos modelos híbridos, as barreiras geográficas estão sendo diluídas, permitindo que jovens de diferentes regiões e contextos tenham acesso a vagas em empresas do Brasil e do mundo.

“Isso amplia o alcance, mas também exige autogestão, comunicação eficaz e domínio de novas formas de colaboração virtual”. 

O estudante Gabriel Nery, do 5º semestre do curso de Comunicação e Multimeios da UniCesumar, (da cidade tal) é um exemplo real do jovem que constrói sua trajetória profissional desde já, unindo conhecimento acadêmico com prática de mercado.

Ele fundou a Avanzare, agência especializada em marketing médico, ao lado de uma amiga estudante de Medicina. 

“Conciliar faculdade e empresa exige disciplina e intencionalidade. Não existe fórmula mágica. Perco aulas, sacrifico horas de sono e vivo em constante equilíbrio. Mas tudo se complementa: a universidade me oferece estrutura e visão crítica, enquanto a prática me ensina coragem e maturidade”, compartilha Nery

Com sede própria de 100 metros quadrados e uma equipe multidisciplinar, a Avanzare surgiu de uma ideia entre amigos e cresceu com base no propósito de posicionar profissionais da saúde no ambiente digital.

“A faculdade foi nosso alicerce, mas o mercado nos moldou. O curso de Comunicação nos deu base, e foi nas mentorias, erros e vivências que construímos nossa linguagem e o nosso diferencial”, afirma o jovem empreendedor. 

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