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Venture Debt vs. Venture Capital: qual a melhor opção para a sua startup?

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Foto: Worawut Prasuwan de Getty Images/Canva

Por Bianca Wosch, advogada do escritório Alceu Machado, Sperb & Bonat Cordeiro Advocacia 

A procura por um modelo alternativo de investimento leva à adesão ao Venture Debt, também chamado de dívida de risco, o qual funciona como uma espécie de financiamento para startups que não dispõem das garantias necessárias para buscar financiamentos pelas vias tradicionais (instituições financeiras) e que desejam substituir ou complementar o investimento através do Venture Capital.

O Venture Capital (capital de risco) é uma modalidade de investimento que consiste na injeção de capital nas empresas em troca de participação acionária. Ou seja, nesse caso, os investidores se tornam acionistas.

Em contrapartida, o Venture Debt funciona como uma espécie de financiamento, no qual o investidor ocupa uma posição de credor da empresa e não possui participação acionária. Pode ser utilizado como uma fonte alternativa ou complementar aos meios tradicionais de financiamento ou ao Venture Capital.

O Venture Debt é indicado para startups que já tenham recebido investimentos de fundos de Venture Capital e que possuam capacidade de arcar com a dívida assumida, servindo como uma fonte adicional de liquidez para startups durante os intervalos entre as rodadas de financiamento por ações.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Kruze Consulting, empresa especializada que faz gestão financeira para startups do Vale do Silício, 91% das startups que obtiveram investimentos via Venture Debt buscavam estender o runway (tempo de duração de uma startup com o capital disponível) para aumentar o valuation em uma próxima rodada de investimentos.

Dentre as startups que já utilizaram essa modalidade de investimento para escalar seu crescimento, temos Uber, Spotify, Airbnb, Slack e Dr. Jones.

A flexibilidade de condições e garantias é uma das principais vantagens dessa modalidade, considerando que, diferentemente dos financiamentos junto às instituições financeiras, não são exigidas garantias tradicionais como imóveis ou ativos financeiros, podendo ser oferecidos como garantia recebíveis futuros ou direito à propriedade intelectual/marca.

Ao contrário das formas tradicionais de investimento, no Venture Debt é analisado o potencial de crescimento da empresa, e não apenas os resultados já atingidos.

Além disso, o Venture Debt evita a diluição das participações acionárias, considerando que os investidores não se tornam acionistas, mantendo os fundadores da empresa no controle e administração.

Segundo Francisco Perez, diretor de Novos Negócios do Alfa Collab (Hub de Inovação do Banco Alfa), o Venture Debt traz para o Brasil uma mentalidade de financiamento da inovação, mais flexível e dinâmica, focando no compromisso com os fundadores e o crescimento de suas startups, utilizando como garantias a capacidade de produzir e o engajamento dos empreendedores.

Entretanto, como todo investimento, é necessário ponderar as desvantagens e os riscos dessa modalidade.

O Venture Debt pode ter taxas de juros elevadas em comparação com empréstimos tradicionais, o que pode dificultar o pagamento se não houver bom planejamento financeiro da empresa.

O prazo para início do pagamento também deve ser uma consideração importante a ser feita antes de optar por essa modalidade de investimento, visto que é imediato ou possui um pequeno período de carência, o que pode comprometer ou dificultar o crescimento da empresa se não for adequadamente planejado.

Além disso, por se tratar de uma modalidade relativamente nova no cenário brasileiro, a ausência de regulação específica e diretrizes para esse investimento traz consigo certa insegurança aos investidores e empreendedores quanto às responsabilidades, benefícios e desafios.

A expectativa é que o aumento da adesão a essa modalidade movimente os órgãos reguladores para consolidar o Venture Debt como um investimento seguro e benéfico para ambas as partes.

Portanto, é importante ponderar as vantagens e desvantagens que as diferentes modalidades de investimento podem trazer ao seu negócio, buscando a alternativa mais adequada para a fase de desenvolvimento atual da empresa, evitando tomadas de decisões que podem, ao invés de alavancar, atrapalhar a evolução do negócio.

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