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Senai PR lidera projeto para padronizar carregadores de veículos elétricos

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Foto: Isabela Aruana

O Brasil deu mais um passo estratégico rumo à consolidação da mobilidade elétrica com a realização, na última quinta-feira (22), do kick-off do projeto estruturante “Plataforma para Desenvolvimento de Interoperabilidade de Carregadores Veiculares”.

O evento aconteceu na sala Cascavel, no Campus da Indústria, em Curitiba, e marcou o início oficial de uma iniciativa que busca eliminar barreiras técnicas e padronizar a recarga de veículos elétricos em território nacional.

A abertura foi conduzida por Agne Roani de Carvalho Jorge, coordenadora do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI Eletroquímica), que destacou a relevância da integração entre empresas, academia e instituições de ciência e tecnologia.

O encontro também contou com falas de Roberto de Medeiros, superintendente de Tecnologia e Inovação do Senai Nacional; do pesquisador Valério Marochi, do ISI Eletroquímica; de Paulo Roberto Marangoni, diretor dos Institutos Senai de Inovação em Eletroquímica e em Engenharia de Estruturas; de Fabiano Scheer Hainosz, gerente sênior de Tecnologia e Inovação do Senai Paraná; e de Joel Guerreiro, líder de projetos do Instituto Eldorado.

Selecionado pela Chamada de Projetos Estruturantes do Programa MOVER – Mobilidade Verde e Inovação, o projeto é coordenado pelo Senai Nacional e pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP).

A execução está a cargo de quatro instituições: ISI Eletroquímica, Instituto Eldorado, Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados e Instituto Senai de Tecnologia da Informação e Comunicação.

A iniciativa conta ainda com uma aliança industrial formada por 28 empresas dos setores automotivo, eletroeletrônico, energia e tecnologia, sendo as âncoras Stellantis, Volvo, Nissan, Mercedes-Benz e Caio.

O objetivo central é garantir que carregadores e veículos de diferentes fabricantes funcionem de forma integrada, sem restrições técnicas. Para isso, estão previstos até 2028 a implantação de uma infraestrutura nacional de testes em corrente alternada (AC) e contínua (DC), a capacitação de profissionais, a criação de um banco nacional de dados de interoperabilidade e o apoio à formulação de futuras regulamentações.

Segundo o pesquisador Valério Marochi, o projeto não busca gerar propriedade intelectual exclusiva, mas sim abrir caminho para soluções coletivas que fortaleçam toda a cadeia.

“A ideia é integrar todos os atores da recarga veicular, da geração de energia até o usuário final, garantindo solidez, qualidade e segurança. O motorista de um carro elétrico deve ter a mesma tranquilidade que o de um veículo a combustão tem ao abastecer”, afirmou.

Empresas do setor automotivo também veem a iniciativa como um marco. Para Rafael Mariz Guimarães, coordenador de engenharia da Nissan, a interoperabilidade pode acelerar a chegada de novos modelos ao país.

“O ecossistema é tão importante quanto o veículo. Com testes padronizados, conseguimos garantir desempenho e confiança para o consumidor.”

Do lado dos fabricantes de equipamentos, Brendon Kulak, engenheiro de produto da Livoltek, destacou a importância de tropicalizar soluções:

“Queremos garantir que nossos carregadores funcionem perfeitamente com os veículos que circulam no Brasil e que estejam preparados para as demandas locais.”

Com investimento de mais de R$ 28 milhões, boa parte via Programa MOVER, o projeto é considerado estratégico para a transição energética.

“É o segundo projeto estruturante iniciado em menos de 12 meses no Paraná, consolidando o estado como polo automotivo e de mobilidade. Essa iniciativa vai apoiar a eletrificação da frota, trazendo benefícios diretos para a indústria e para a sociedade”, ressaltou Fabiano Scheer Hainosz.

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