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Tecnologias acessíveis são o novo desafio do RH para promover inclusão

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Foto: Divulgação

Nos últimos tempos, a tecnologia tem avançado rapidamente. Contudo, a inclusão por meio dessas inovações nem sempre acompanha o mesmo ritmo.

Para se ter uma ideia, em plena Era 5G, menos de 1% dos sites brasileiros se preocupam com a acessibilidade digital, segundo estudo conduzido pela BigDataCorp, em parceria com o Movimento Web para Todos. Com aplicativos e sistemas em geral, isso não é muito diferente, comprometendo seriamente o atendimento das pessoas com deficiência.

Felizmente, novas soluções e iniciativas estão surgindo para criar um ambiente mais inclusivo e justo, levando em conta as diversas necessidades individuais. Elas não apenas ampliam o acesso às tecnologias, mas também promovem uma sociedade mais igualitária.

Assim, sistemas de Gestão Acadêmica e Secretarias Digitais vêm evoluindo para garantir mais inclusão no ambiente educacional. Um exemplo é o JACAD, plataforma desenvolvida pela SWA e voltada à gestão da educação, que acaba de passar por melhorias para ampliar sua acessibilidade.

Usada por alunos, professores e gestores, a ferramenta agora oferece opções de personalização que atendem diferentes necessidades de acesso.

“Já contávamos com funcionalidades voltadas à acessibilidade, mas agora tornamos o sistema mais robusto e único”, afirma Leandro Scalabrin, fundador da SWA. “Ao acessar a plataforma, os usuários podem adaptá-la para pessoas surdas, idosos, pessoas com TDAH, baixa visão, entre outras condições que exigem atenção diferenciada.”

Para detalhar o funcionamento, Leandro explica: “Desenvolvemos ajustes especiais que podem ser selecionados a partir de um ícone estrategicamente posicionado. Por exemplo, para quem enfrenta dificuldades de visão, é possível aumentar o tamanho das letras. Indivíduos com TDAH têm a opção de reduzir distrações com menos elementos visuais ou optar por um layout mais limpo para diminuir a sobrecarga cognitiva e manter o foco. Além disso, pessoas com deficiência visual podem configurar a página para ouvir todas as opções disponíveis, garantindo uma navegação mais confortável, segura e adaptada às suas preferências”.

Além das funcionalidades mencionadas, outras opções foram inseridas na plataforma para melhorar a experiência do usuário, como oferecer a opção de legendas automáticas em tempo real para conteúdos de áudio e vídeo, beneficiando pessoas surdas ou com deficiência auditiva, e integrar um teclado virtual para facilitar a navegação para aqueles que têm dificuldades motoras ou preferem navegar sem um mouse.

Segundo o fundador da SWA, este movimento é de suma importância, considerando que a população com deficiência no Brasil foi estimada em 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022.

“Não podemos ficar parados! Tornar os sites, aplicativos e outras ferramentas mais acessíveis é fundamental para que todos tenham acesso igualitário às informações”, enfatiza o executivo.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2023 apontam que 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam alguma deficiência auditiva. Essa porcentagem significa que mais de 10 milhões de cidadãos apresentam a deficiência, e 2,7 milhões têm surdez profunda.

Scalabrin conta que a proposta de tornar o sistema de sua empresa mais inclusivo surgiu a partir da sugestão de um cliente.

“Tudo começou quando um cliente comentou conosco se isso seria possível. Hoje, a plataforma é ainda mais acessível para todos, assegurando a equidade ao proporcionar acesso aos mesmos recursos educacionais, reconhecendo e valorizando a diversidade de habilidades dos alunos e demais membros da comunidade acadêmica. Além disso, facilita o desenvolvimento integral ao adaptar métodos de ensino e materiais didáticos, preparando todos os usuários para um futuro em um mundo diversificado e inclusivo.”

Scalabrin explica que, embora a Lei da Inclusão de 2015 já obrigue a acessibilidade nos sites das empresas brasileiras, ainda há muito por fazer. Ele destaca a importância de seguir os princípios das Diretrizes de Ace

“Não é apenas uma obrigação legal, mas também uma demonstração de responsabilidade social e empatia. Em nosso caso, ao eliminar barreiras de acesso, esperamos abrir portas para um número ainda maior de pessoas ingressarem no ensino superior, capacitando indivíduos de todas as idades e habilidades a alcançarem seus objetivos educacionais e profissionais. Essa iniciativa representa um passo importante em direção a uma sociedade mais justa, onde o acesso à educação é verdadeiramente universal”, afirma.

Além de ser direcionado a clientes das instituições de ensino, a ferramenta também vem sendo utilizada pelos setores de Recursos Humanos das mesmas, apoiando colaboradores com deficiência em treinamentos internos, processos de capacitação e atualizações de políticas internas, garantindo que todos possam se desenvolver em igualdade de condições.

“Quando o RH utiliza uma ferramenta acessível, não é apenas a tecnologia que fica inclusiva, mas toda a jornada do colaborador. As instituições passam a ter um ambiente de trabalho mais acolhedor e equitativo, valorizando cada pessoa em sua individualidade”, conclui o profissional.

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